terça-feira, 17 de abril de 2007

O perigo de ser do contra

Com a transcrição das gravações das chamadas telefónicas que o Correio da Manhã tem vindo a publicar, começa a compreender-se melhor como funciona o futebol português e como se ganham tão facilmente campeonatos. Valia tudo e o mais grave é que se podia mandar prender quem não estivesse de acordo com as tramóias montadas.
Pelas conversas, que lemos muito atentamente e até as guardamos para memória futura, podemos verificar o quanto era perigoso afrontar as cúpulas do futebol português. Valentim Loureiro não perdoou a Pimenta Machado o facto do ex-presidente do Vitória de Guimarães ter lutado para que a Comissão de Arbitragem fizesse parte de um organismo autónomo e que se convidasse Jorge Coroado para presidente.
Com esta afirmação, Pimenta Machado tornou-se demasiado perigoso para andar à solta e como tal …Pode ler-se numa dessas gravações, numa conversa entre um juiz conselheiro, Carlos Mortágua, também presidente do Conselho de Justiça da FPF e Valentim Loureiro, quando ambos combinavam a que juiz deveria ser entregue o processo contra o presidente do Sporting, Dias da Cunha:
Diz Valentim Loureiro:“Sim, sim! Eu tenho lá um gajo bom, pá! Aquele gajo que conseguiu engavetar o Pimenta!
Responde o juiz Carlos Mortágua:“Sim. Mas esse não pode ser, que esse é sportinguista.”
Como é do conhecimento público, Pimenta Machado foi preso antes de ser investigado. A sua prisão nunca foi bem explicada num processo que não justificava tanto aparato. O que sabemos agora é que a sua prisão pode ser sido encomendada. Porque sabia demais e porque falava demais. Mas afinal em que país vivemos?

5 comentários:

Anónimo disse...

Não digo que seja impossivel, porque há escumalha em todo o lado, mas não é simples conseguir escolher um juiz para um processo porque o processo vai a um mecanismo chamado Distribuição com regras tendentes à aleatoriedade da escolha do juiz, para além de ser obrigatória a mudança de juiz quando passa da instrução ao julgamento, chegando ao ponto de um juiz não poder presidir ao julgamento se ordenou um qq acto numa fase anterior do processo(uma simples busca por exemplo) Assim e apesar destes mecanismos que tentam impedir pressões ilegitimas sobre o poder judicial não digo que não seja possivel constrangê-lo mas digo-vos desde já que não é assim tão simples...

Anónimo disse...

Não subestimes o poder do "sistema"...

JoaoSousa disse...

Volta pimenta, tás perdoado! foi tudo uma "cambala"

Anónimo disse...

mas é q nem duvides...

VOLTA PIMENTA!!

Unknown disse...

Tu muito gostas de ditadores!

Deixa-o tar que ele tá bem.