terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Um pedaço da nossa história...






Por ser matéria de interesse Clandestino, ou pelo menos devia sê-lo, aqui fica um pequeno resumo da nossa história, desde a fundação até 1980, com pequenas curiosidades e momentos marcantes da história do VSC, facilmente acessivel através do site www.vitoriasc.pt, que aqui se reproduz para maior comodidade dos Ilustres.
Apesar dos pequenos lapsos esta exposição sucinta da vida do clube revela-se interessante para qualquer Vitoriano e até para os demais Ilustres que podem deliciar-se com as nossas arruaças passadas ;-)

Fundação

O Vitória Sport Clube não nasceu em nenhum ano concreto, mês, dia ou hora. Ele constituiu, apenas, um dos muitos grupos organizados de futebol que a juventude Vimaranense dos anos 20 - a juventude privilegiada, estudantil e filha da sociedade industrial e proprietária que dirigia a terra - fundou para ocupar os seus tempos de lazer e da prática de cultura física. O ano de 1922, consagrado na história do clube como o ano da fundação, representa, quando muito, o ano da constituição da primeira Direcção e da sua filiação na Associação de Futebol de Braga, exactamente no primeiro ano de funcionamento daquela entidade que iria dirigir o futebol no Distrito. Ou seja, se a A.F.Braga se tivesse constituído em 1920 ou 1921, provavelmente, a data da fundação do Vitória teria, também, sido registada dois anos antes, o que só por si demonstra o clube pioneiro que o Vitória sempre foi, só não se tendo constituído formalmente antes, por não haver Associação onde se pudesse albergar. A investigação histórica à fundação do V.S.C. revela assim, alguns dados contraditórios. Mas, parece claro que desde 1918, já um grupo de jovens estudantes tinha constituído um grupo de futebol a quem denominara de Vitória Sport Clube. Grupo informal, não filiado, que jogava no Campo da Atouguia (no parque de estacionamento do actual cemitério municipal) com outros grupos de jovens que representavam o Liceu de Guimarães ou a Escola Académica. A referência mais antiga ao Vitória é contada na edição do "Norte Desportivo" de 6/2/1938, onde um seu colaborador Vimaranense, Francisco Salgado (Xico Raio) a recorda nestes termos: "Numa tarde do mês de Julho de 1918, depois do regresso do Liceu, onde tinham acabado uma partida com outros estudantes, reuniram-se em casa do António Pires, ali na Rua de Vila Verde, o Alberto Carlos Abreu e o António Antunes de Castro. Comentou-se largamente o jogo e, por fim, a conversa estendeu-se à fundação de um clube por proposta de Alberto Abreu. A ideia foi aceite e, imediatamente, se pensou no nome do novo clube. Existia já nessa ocasião o Vitória de Setúbal que nesse ano se encontrava em grande forma e, por conseguinte, o nome foi resolvido ser o mesmo com a modificação nas finais: Vitória Sport Clube. Foi formada a primeira Direcção: Alberto Abreu, António Pires, António Antunes de Castro, José de Oliveira Pires e Eduardo Oliveira Gomes. A sede foi instalada na própria casa do Pires. O primeiro jogo realizado foi contra o Académico do Liceu, tendo ganho o Vitória por 2-1 e apresentado a seguinte linha: José Neves, Afonso Pires e Artur Sequeira; António de Castro, Alberto Abreu e António Pires; José Pires, Alfredo Machado, Eduardo Gomes, Augusto Pereira Mendes e João Vieira." Era porém, apenas um grupo informal que poderia ter desaparecido logo a seguir, como desapareceram outros. Em Julho de 1922, o quinzenário "Pro Vimarane" lança um apelo à formação organizada de um clube desportivo, o que é claro sinal da sua inexistência. A imprensa Vimaranense noticia, porém, nessa data vários jogos onde intervêm grupos Vimaranenses - o Vitória, o Académico e outros - mas sem sustentação organizativa. Luís Filipe Coelho é, indiscutivelmente, o principal historiador destes primeiros tempos do futebol em Guimarães. Professor do ensino livre - como então se denominava - 1º Secretário de várias direcções do Vitória nos anos 20 e 30, colaborador dominante da imprensa local, a sua história vitoriana parece ser a mais próxima da realidade. E é, provavelmente, ele quem a situa no ano de 1922, apesar de posteriormente terem aparecido referências anteriores. Em 1934, o Vitória Sport Clube comemorou o seu 12º aniversário - na base da sua fundação em 1922 - e Luís Filipe Coelho deescrevia esses primeiros tempos deesta forma: " Em 1922, no Campo da Atouguia foram iniciados os primeiros passes de Foot-Ball association." " Até então praticado pelos académicos do nosso Liceu e por meia dúzia de rapazes com algumas posses - os Gualdinos, os Marins Fernandes, os Pereira Mendes e João Barreira - lembro-me bem! Um grupo de novos cheios de entusiasmo, o Mariano Felgueiras (filho), o Zeca Neves, o Avelino Dantas, o José Jorge, o Arlindo Ribeiro, os Castros, os Pires e o Rodrigo Graça foi quem deu o empurrão para que o Vitória fosse organizado elegendo-se mais tarde a Direcção de que faziam parte António Macedo Guimarães, Emílio Pereira de Macedo, Luís Gonzaga Leite, Domingos André de Magalhães, Eduardo Pereira dos Santos e Sargento Dória." É esta Direcção que funda conjuntamente com o Sporting Clube de Braga na época de 1922/1923 a Associação de Futebol de Braga e é essa filiação que estabelece a data fundadora oficial do Vitória Sport Clube. Esta primeira Direcção do Vitória já não é constituída por jovens estudantes liceais. É composta por empresários, particularmente do comércio local, frequentadores da Tertúlia da "Chapelaria Macedo", onde os estudantes recorriam para se informarem sobre o jogo da bola que gostavam de praticar. António Macedo Guimarães - indicado na história oficial do V.S.C. - como seu primeiro Presidente de Direcção é o dono da "Chapelaria Macedo" e tinha amplos conhecimentos de futebol, desde a organização táctica às leis do jogo, sendo simultâneamente dirigente, treinador e árbitro. Os primeiros jogos, ainda particulares, mas já na condição de clube oficial ter-se-ão realizado nos primeiros meses de 1923. A primeira formação que conseguimos registar é de um jogo realizado a 27 de Março de 1923 na Atouguia, entre o Vitória e o Sp.Braga, em que os vitorianos alinharam: Mário Ferreira; Pimentel e Pontes; António, Evaristo e Pereira; Costa, Belmiro Jordão, Artur, Adriano Mendes e Martins. Venceu o Vitória Sport Clube por 7-1


1922
Este foi o ano da fundação do V.S.C. , ano no qual se não disputaram quaisquer encontros, tendo-se caracterizado pela organização da equipa de futebol, que se vinha auto-organizando desde 1918. Registe-se a propósito um escrito de Luís Filipe Coelho, primeiro Secretário, redactor e organizador do Vitória para além de ser o primeiro historiador do futebol em Guimarães, do qual constava o seguinte: " Em 1922, no Campo da Atouguia foram iniciados os primeiros passes de Foot-Ball association." " Até então praticado pelos académicos do nosso Liceu e por meia dúzia de rapazes com algumas posses - os Gualdinos, os Marins Fernandes, os Pereira Mendes e João Barreira - lembro-me bem! Um grupo de novos cheios de entusiasmo, o Mariano Felgueiras (filho), o Zeca Neves, o Avelino Dantas, o José Jorge, o Arlindo Ribeiro, os Castros, os Pires e o Rodrigo Graça foi quem deu o empurrão para que o Vitória fosse organizado elegendo-se mais tarde a Direcção de que faziam parte António Macedo Guimarães, Emílio Pereira de Macedo, Luís Gonzaga Leite, Domingos André de Magalhães, Eduardo Pereira dos Santos e Sargento Dória." É esta direcção que funda conjuntamente com o Sporting Clube de Braga na época de 1922/1923 a Associação de Futebol de Braga e é essa filiação que estabelece a data fundadora oficial do Vitória Sport Clube.


1923/24
Os primeiros jogos, ainda particulares, mas já na condição de clube oficial ter-se-ão realizado nos primeiros meses de 1923. A primeira formação que se consegue registar é de um jogo realizado a 27 de Março de 1923 no Campo da Atouguia entre o Vitória e o Sp.Braga, em que os vitorianos alinharam: Mário Ferreira; Pimentel e Pontes; António, Evaristo e Pereira; Costa, Belmiro Jordão, Artur, Adriano Mendes e Martins. Venceu o Vitória por 7-1 e arbitrou António Macedo. Registe-se a forma de distribuição de jogadores na constituição da equipa 2-3-5, que viria a durar mais de 30 anos. O problema número um do futebol em Guimarães, e nomeadamente do novel Vitória, era a construção de um campo de jogos vedado e equipado com balneários. Em Novembro desse ano de 1923, as grandes notícias surgem. Guimarães iria ser dotada de um campo de jogos, o Campo Zé Minotes, no terreno onde hoje está construída a sede da Associação de Municípios do Vale do Ave (AMAVE), terreno que já, anteriormente, servia de hipódromo e o Vitória iria disputar o seu primeiro Campeonato do Minho em 4 jornadas. O Vitória perdeu o primeiro jogo com o Braga, em Guimarães, por 2-1, no segundo foi derrotado por falta de comparência porque a camioneta que transportava os jogadores se avariou nas Taipas, no terceiro perdeu com o "Triunfo" de Barcelos por 3-2 e não há registo do resultado do último jogo. De qualquer forma, um primeiro campeonato para aprender. O campeão foi o Sp.Braga. Mas, o acontecimento fundamental ocorre a 27 de Janeiro de 1924 com a inauguração do Campo Zé Minotes. Na equipa que participou no jogo da inauguração, uma das primeiras vitorianas, alinhavam, aliás, vários jogadores de Fafe: Gervásio Campos Carvalho, José campos Carvalho, Adriano Mendes, António Mendes, Artur Mendes e Armando Freitas, este último o melhor jogador, avançado-centro que já tinha jogado futebol no Brasil e que usava uma particularidade obrigatória no seu equipamento: jogava sempre de lenço vermelho ao pescoço. Entretanto, um mês antes, o Vitória tinha realizado a sua primeira Assembleia Geral pública e eleito os seus primeiros corpos gerentes completos que deveriam exercer os seus cargos no ano de 1924. Foram eleitos Alberto Sousa Pinto (Assembleia Geral), António Macedo Guimarães (Direcção) e Alfredo Álvaro Ferreira de Brito (Conselho Fiscal). Esta Assembleia realizou-se a 19 de Dezembro de 1923 na sede da Associação Artística, ainda hoje existente, à rua Gil Vicente.


1924/25
O principal problema do Vitória voltava a ser o campo de jogos. Menos de um ano depois da inauguração, o proprietário da Quinta onde o Campo Zé Minotes se erguia decide construir a sua vivenda e manda o Vitória sair. Em consequência, o Vitória em 24/25 não concorre ao campeonato distrital. A nova direcção trabalhou intensamente na construção de um novo campo de jogos e em 7 de Junho de 1925, ele era inaugurado. Foi denominado "Campo da Perdiz" e situava-se junto ao cemitério da Atouguia, em terreno hoje fronteiro à circular urbana, onde recentemente esteve instalada uma sucata de automóveis. Foi lá que mais tarde esteve instalada a praça de touros de Guimarães e, futuramente, será lá edificado um condómino fechado. O jogo da inauguração foi um Vitória/Famalicense que os vitorianos venceram por 2-1. Entretanto o Vitória constituía pela primeira vez, a sua equipa de Infantis que viria a conquistar para o clube o seu primeiro título distrital.


1925/26
Em 1925/26 o Vitória voltava a participar no campeonato distrital resolvido o problema do campo de jogos. Na primeira jornada, o Vitória jogava em Braga e empatava 1-1, onde já alinhava um nome que anos mais tarde, viria a ser uma das glórias do Vitória - Alberto Augusto.O capitão e treinador do Vitória é Joaquim Couteiro. Porém em jogos seguintes é copiosamente derrotado pelo Sp.Braga que volta a ser campeão distrital. Em 1926, inicia-se em Guimarães, um movimento para a fusão do Vitória com o Atlético Clube de Guimarães, o que se viria a concretizar com a aprovação das Assembleias Gerais dos dois clubes.Durante algum tempo, porém, passa um período de confusão em que o novo clube se denomina Foot-Ball Club de Guimarães e Sport Clube de Guimarães. Registe-se, neste período, que as "guerras" na A.F.Braga começaram, ainda na época 25/26 quando de um jogo em Infantis Vitória/Braga, disputado nas Taipas, que o Braga venceu, mas que o Vitória acusava o seu adversário de ter jogado com atletas de idade superior.


1926/27
No início da época 26/27, é recuperado o nome de Vitória Sport Clube pela conveniência da anterior filiação na A.F.Braga e na continuidade da disputa dos campeonatos distritais. Em 21 de Novembro de 1926, inicia-se novo campeonato ao qual já concorria o Vitória Sport Clube, depois de ter realizado vários jogos de início de época com o nome de Sport Clube Guimarães. O Vitória perdeu por 3-0 com o Braga com uma equipa já nova em relação às anteriormente citadas: Carneiro; Evaristo e Benjamim; Salgado, Ornelas e A.Costa; Camilo, M.Ferreira, Constantino, Hermínio e Albano. Em Infantis, porém, venceu por 2-0, um primeiro anúncio do título que viria a conquistar nessa categoria, nessa época, e que seria o primeiro do historial do clube. 1926 é, porém, o ano de mudanças políticas importantes no país. Triunfa a Revolução Nacional que saíra de Braga a 28 de Maio. Braga vai ter a recompensa, Guimarães a indiferença do novo poder político. Em Fevereiro, o Vitória ganhava o campeonato distrital de Infantis. Para a história, a equipa que disputou o último jogo: Teles; Claro e Firmino; João Passos, A.Freitas e Sousa; Branco, Virgílio, Ribeiro, Adelino e Ferreira. O capitão da equipa é João Passos que anos mais tarde viria a ser o primeiro árbitro de Guimarães no quadro nacional. O campo da Perdiz desaparece e há uma interrupção desportiva durante anos. Há, apenas uns jogos particulares disputados nos campos dos adversários mas, de novo, com a denominação de Sport Clube Guimarães. A crise dura até 1931.


1931
Com iniciativa, angariação de fundos, até dinheiro seu, Carlos Machado aluga e inicia obras no Campo do Benlhevai, em pleno centro da cidade junto à hoje Escola Secundária Francisco de Holanda e Rua de S.Gonçalo e cria condições para o grande desenvolvimento do Vitória Sport Clube. A inauguração do Campo do Benlhevai teve a presença de 3.000 pessoas e disputou-se um Vitória/Salgueiros que o clube do Porto venceu, naturalmente, por 6-1. O Vitória estava a regressar. Para a história fica, porém, a equipa vitoriana que jogou na inauguração do campo: Ricoca; Benjamim e Manuel Rita; Armando, Mário e António; Antunes, Velha, Constantino, Camilo e Virgílio. Tinha regressado o futebol a Guimarães. Nos Domingos seguintes, o Vitória recebeu vários dos principais clubes da região: Vianense, Espinho (campeão de Aveiro). Destacava-se na equipa do Vitória, o avançado-centro Constantino Lameiras que já jogava nas equipas de 1928, que, agora, era capitão de equipa.


1932/33
Em Setembro, começou a preparação para a época 32/33, onde o Vitória regressaria ao campeonato distrital. Mas parecia claro que a organização administrativa do Vitória não era a melhor. Os entusiastas liderados por Carlos Machado que tinham cometido a proeza da construção do novo campo, proporcionando o regresso do futebol a Guimarães, pareciam não ter as melhores condições para manter a direcção do clube. E, por isso, na imprensa desportiva local surgia o apelo às figuras da terra para assumirem, de novo, os destinos do clube. Entretanto o Vitória passava a ter uma sede própria, na esquina da actual Rua João Lopes de Faria com o Largo dos Laranjais, mas que funcionou durante pouco tempo. O campeonato distrital estava adiado e as acusações à A.F.Braga eram muitas e claramente suspeitas. Em Dezembro de 1932, o Vitória contrata o húngaro Genecy para seu treinador. Tinha sido campeão de Portugal como treinador do Vitória de Setúbal. O futebol em Guimarães, dava novos passos na construção do clube de hoje. Nos jogos contra o Sp.Braga nessa época, o Vitória perdeu 2-0 em Braga, em jogo em que a imprensa de Guimarães denunciou muito duramente a violência dos espectadores bracarenses, e empatou 0-0 em Guimarães. Os jogos particulares tinham nesses tempos uma importância especial. Os encontros para os campeonatos distritais eram poucos e o resto da época era preenchida com esses jogos defrontando-se equipas, por vezes, de outro patamar. Foi o caso em Fevereiro de 1933, em que o Vitória derrotou a equipa profissional do Boavista por 2-1 no Benlhevai, o que mereceu grandes elogios até da imprensa sediada no Porto e a visita do Académico do Porto que incluiu o internacional olímpico Carlos Alves, avô do actual treinador João Alves, conhecido pela particularidade de usar luvas pretas.


1933/34
Em Outubro de 1933, o Vitória inaugura a sua sede em pleno Toural, então denominado Praça D.Afonso Henriques, num superior do edifício onde está instalado o actual Café/Restaurante Oriental. Foi uma manifestação importante com a presença da Câmara Municipal de Guimarães - a primeira que se regista na vida do clube - e da A.F.Braga. Iniciavam-se, igualmente, as comemorações do 11º aniversário do clube, o 1º a ser comemorado. A preparação da época 33/34 prosseguia com os habituais jogos particulares e o Vitória contratava um novo treinador: Puskas, que vinha anunciado ainda como jogado, pois teria representado o Ferencvaros da Hungria, equipa europeia célebre. Tudo, porém, parece indicar que se tratou de um logro, pois Puskas nunca viria a jogar no Vitória e, mesmo, os seus conhecimentos técnicos viriam a ser questionados. Mas foi com ele a treinador, que o Vitória ganhou o primeiro campeonato distrital. Em 10 de Dezembro/33, inicia-se, então, o campeonato distrital e na primeira jornada o Vitória vence no Benlhevai o Maria da Fonte, da Póvoa de Lanhoso, por 5-2. Este distrital disputou-se por séries e na do Vitória incluíam-se, também, o Comercial de Braga, o S.C.Fafe e o Triunfo de Vila Verde. O Vitória venceu-os todos com excepção do jogo realizado no Benlhevai com o S.C.Fafe, onde empatou 2-2, com a imprensa a acusar a arbitragem de favorecimento ao Fafe por causa do Braga. Chegava, finalmente, o grande dia. Em 25 de Março/34 disputou-se no Benlhevai a primeira mão da final do campeonato distrital entre o vitória e o Braga. A segunda mão teria lugar a 8 de Abril em Braga. O Vitória vence o primeiro encontro por 1-0. O jogo decorre sem incidentes mas muito equilibrado e o golo do Vitória é marcado por Paredes já na segunda-parte. Paredes é considerado pela imprensa local, o melhor jogador em campo. A cidade de Guimarães deslocou-se em peso a Braga ao Campo dos Peões, para apoiar a equipa vitoriana na segunda mão. Na imprensa local foram publicados apelos a essa presença. Braga- 0 / V.Guimarães-0, foi o resultado da segunda mão, o que proporcionou ao Vitória, a conquista do seu primeiro campeonato distrital. O registo dessa equipa histórica do clube: Ricoca; Paredes e Manecas; Freitas, Laureta e Mário; Fonseca, Constantino, Faria, Virgílio e Bravo. " O Primeiro de Janeiro" publicava ampla reportagem desta vitória e da festa na cidade de Guimarães: " A população citadina, em grande massa, apresentou-se no Proposto aguardando com indiscutível alegria a direcção e os briosos jogadores do Vitória. A enorme multidão de povo, estendia-se do Proposto até ao Toural coalhado de pessoas e a fachada da sede do Vitória apinhadíssima." Um registo de números: O movimento de camionetas de Guimarães para Braga foi de 16 e o de automóveis de 50. O F.C.Porto veio a Guimarães jogar, em homenagem ao Vitória, Campeão Distrital. Ganhou por 5-2, a embaixada portista foi recebida na Câmara e à noite realizou-se um jantar de festa. A época terminou com vários jogos particulares e foi em total euforia que começou a ser preparada a nova época 34/35, onde as responsabilidades seriam maiores.


1934/35
Em Outubro/34, iniciou-se o campeonato distrital dessa época com um Vitória/Gil Vicente que o Vitória venceu por 4-0, mas na Segunda jornada empata em Famalicão 2-2 e protesta o jogo. Vence depois o Maria da Fonte, Esposende e vai-se notando um novo jogador João Jesus que iria ser o primeiro jogador do Vitória a ser transferido para um dos, à altura, "grandes" - o Benfica, onde se destacou. Entretanto em jogo difícil, no Benlhevai, derrota o Comercial (3-2) onde jogava então Alberto Augusto, um antigo internacional que viria mais tarde para o Vitória, onde seria treinador onze épocas. O Vitória seguia na classificação a um ponto do Sp.Braga e em 18 de Novembro realizou-se o Braga/Vitória. A derrota em Braga (0-1) foi frustrante e as críticas dirigiam-se para o treinador Puskas. A contestação em Guimarães crescia, porém, em relação à A.F.Braga. A direcção da A.F.Braga decidira que os jogos da segunda volta V.Guimarães/Braga e V.Guimarães/Fafe que se deveriam realizar no Benlhevai, se disputariam fora de Guimarães por motivo de incidentes com as caravanas dos adversários quando passavam em Guimarães. O Vitória decide não comparecer a esses jogos e desenvolve um movimento de grande denúncia da gestão da A.F.Braga. O Vitória recebe o apoio de vários clubes filiados na Associação, mas a decisão não é revista. O Vitória é derrotado nos jogos em que não compareceu e o Sp.Braga é proclamado campeão distrital. "Campeão da Secretaria" escreve-se na imprensa Vimaranense e gritava-se nas ruas da cidade.


1935/36
O Vitória fez as pazes com a A.F.Braga e passava a ser representado nos seus órgãos sociais com os seus dirigentes, e a partir dessa época remota dos anos 30, nunca mais o Vitória deixou de integrar a direcção da A.F.Braga, com excepção do mandato que se iniciou em 1996.Alberto Augusto é contratado para treinador-jogador do Vitória. Antigo internacional do Benfica seria fundamental na consolidação do Vitória nos anos seguintes, mantendo-se em Guimarães, quase até ao final da década de 40. A época 35/36 inicia-se com a realização da "Taça da Concórdia", com dois jogos Vitória/Braga, e tudo corre pelo melhor. A equipa vitoriana estava muito reforçada - o já referido Alberto Augusto e Zeferino, um médio-centro vindo do F.C.Porto e, um dos primeiros profissionais do Vitória. Em Outubro de 35, inicia-se novo distrital e logo com um Vitória/Braga, no Benlhevai, que os Vimaranenses venceram por 3-1. Importa registar esta equipa: Ricoca; Jaime e Alberto Augusto; Laureta, Zeferino e Lima; Constantino, João Jesus, Clemente, João da Costa e Bravo.Nas jornadas seguintes, Vitória e Braga foram vencendo todos os jogos e chegou-se à segunda volta onde o Vitória perdeu em Braga por 5-0. Foi o desânimo completo, Zeferino foi expulso e os vitorianos queixaram-se amargamente do árbitro Aurelino Lima, de Coimbra.Noutro jogo da segunda volta o Vitória empataria em Fafe (1-1) e o Sp.Braga voltaria a sagrar-se campeão distrital. Entretanto e pela primeira vez, o Vitória iria participar no campeonato da II Liga, de âmbito nacional, por se ter classificado em segundo lugar no distrital de Braga. Na estreia venceu o Atlético de Coimbra por 8-1, em Coimbra, e sucessivamente V.Guimarães-2/Leixões-2, Oliveirense-1/V.Guimarães-2, V.Guimarães-4/Atlético-0, Vitória-6/Oliveirense-0 e, finalmente Leixões-1/V.Guimarães-0, num jogo com excursões vitorianas ao Porto, mas com desilusão no resultado.


1936/37
Estava a iniciar-se a nova época e havia, logicamente esperanças na reconquista do título distrital. O campeonato iniciou-se normalmente com o Vitória e o Braga a ganharem todos os jogos, mas à 4ª jornada o Vitória vencia em Braga por 3-1. Era a primeira de muitas vitórias do Vitória no campo do Sp.Braga. A imprensa salientava que o melhor do Vitória tinha sido José Maria, outro jogador que vamos, a partir de agora, encontrar em épocas sucessivas. O jogo da segunda volta, Vitória/Braga terminou 1-1, o que proporcionava ao Vitória, o seu segundo título distrital. Para o registo a formação do Vitória: Ricoca; Alberto Augusto e João Bom; Zé Maria, Zeferino e Lima; Laureta, Miranda, Clemente, Virgílio e Bravo. Esperava-se, nessa altura, que a Federação Portuguesa de Futebol (F.P.F.) aprovasse a entrada do Campeão Distrital de Braga no Nacional da I Divisão. Não foi, porém, ainda desta. O congresso federativo decidiu que os clubes do distrital de Braga só teriam acesso ao campeonato da II Liga e o Vitória viu adiada, ainda por mais 5 anos, a chegada à I Divisão. Teve, depois, lugar a II Liga, onde os jogos não correram bem ao Vitória. O título distrital colocava o Vitória na mais forte série e o Vitória acabou por perder os jogos com o Boavista, Académico do Porto e Sanjoanense. A época terminara e o momento era de balanço.


1937/38
No início da época 26/27, é recuperado o nome de Vitória Sport Clube pela conveniência da anterior filiação na A.F.Braga e na continuidade da disputa dos campeonatos distritais. Em 21 de Novembro de 1926, inicia-se novo campeonato ao qual já concorria o Vitória Sport Clube, depois de ter realizado vários jogos de início de época com o nome de Sport Clube Guimarães. Neste período merece, ainda, registo a exposição do Vitória à Câmara pedindo apoios quer para instalações quer para novas modalidades, nomeadamente a ginástica. No campeonato da II Liga, o Vitória equilibrou com o Boavista o comando da sua série, mas acabou por perder (0-3) na última jornada com o seu adversário directo, ficando em 2º lugar.


1938/39
No início da época 26/27, é recuperado o nome de Vitória Sport Clube pela conveniência da anterior filiação na A.F.Braga e na continuidade da disputa dos campeonatos distritais. Em 21 de Novembro de 1926, inicia-se novo campeonato ao qual já concorria o Vitória Sport Clube, depois de ter realizado vários jogos de início de época com o nome de Sport Clube Guimarães. Iniciava-se depois o campeonato do Minho com V.Guimarães, Sp.Braga e Fafe da A.F.Braga e Vianense, Valenciano e Monção da A.F.Viana do Castelo. Era uma época de total supremacia vitoriana e o Vitória sagrou-se Campeão do Minho, ganhando quase todos os jogos. Seguiu-se o campeonato nacional da II Divisão, tendo o sorteio determinado o jogo V.Guimarães(Campeão do Minho) / Sp.Covilhã(campeão da Beira Baixa) a realizar em Coimbra. O Vitória perdeu por 2-0 e foi eliminado. Nessa época, começou-se, também, a disputar a Taça de Portugal, tendo o Vitória defrontado o Ovarense(campeão da Beira Litoral) e ganhou 5-0 pelo que ficou apurado para a eliminatória seguinte defrontando o F.C.Porto. E, sensacionalmente, o F.C.Porto, equipa com títulos nacionais é derrotado em Guimarães pelo Vitória por 3-2. Esta seria a primeira vitória contra um dos, à altura, "grandes", em provas oficiais do historial vitoriano. Na segunda mão o Vitória não teve hipóteses, foi derrotado no Porto, no Campo da Constituição por 11-1. Terminava assim a época 1938/39.


1939/40
O húngaro Genecy, treinador do Boavista, regressava a treinar o Vitória duas vezes por semana, medida que provocou ampla polémica no seio da massa associativa. Novas bancadas e vedações eram previstas para o Benlhevai e suspendia-se a realização frequente de Assembleias Gerais porque produziam muito "barulho". O distrital iniciou-se a 8 de Outubro com o V.Guimarães/F.C.Braga, um novo clube de Braga que sucedia ao Comercial, o Vitória venceu por 14-0 e estreou-se como avançado-centro do Vitória, Alexandre, um jovem da terra com 17 anos, que foi jogador várias épocas e dirigente. Na segunda jornada, o Vitória recebeu o Sp.Braga e voltou a vencer (2-0) e tudo parecia correr sobre rodas, a primeira volta chegou ao fim com o Vitória a vencer todos os jogos. Na segunda volta, o Vitória perdeu dois jogos, um dos quais em Braga contra o Sporting local por 5-0, mas, mesmo assim, acabou por ser Campeão. O distrital dessa época foi, de facto, o mais equilibrado de sempre, com Famalicão, Sp.Fafe e até o Gil Vicente a competirem com Sp.Braga e Vitória. Seguiu-se o campeonato do Minho que o Vitória, também, venceu, embora em disputa muito intensa com o Sp.Fafe. A época estava terminada, completando-se com vários jogos particulares em que o Vitória defronta as principais equipas do Porto: Boavista, Leça, Salgueiros, Académico do Porto e F.C.Porto.


1940/41
Este foi o ano da fundação do V.S.C. , ano no qual se não disputaram quaisquer encontros, tendo-se caracterizado pela organização da equipa de futebol, que se vinha auto-organizando desde 1918. Registe-se a propósito um escrito de Luís Filipe Coelho, primeiro Secretário, redactor e organizador do Vitória para além de ser o primeiro historiador do futebol em Guimarães, do qual constava o seguinte: " Em 1922, no Campo da Atouguia foram iniciados os primeiros passes de Foot-Ball association." " Até então praticado pelos académicos do nosso Liceu e por meia dúzia de rapazes com algumas posses - os Gualdinos, os Marins Fernandes, os Pereira Mendes e João Barreira - lembro-me bem! Um grupo de novos cheios de entusiasmo, o Mariano Felgueiras (filho), o Zeca Neves, o Avelino Dantas, o José Jorge, o Arlindo Ribeiro, os Castros, os Pires e o Rodrigo Graça foi quem deu o empurrão para que o Vitória fosse organizado elegendo-se mais tarde a Direcção de que faziam parte António Macedo Guimarães, Emílio Pereira de Macedo, Luís Gonzaga Leite, Domingos André de Magalhães, Eduardo Pereira dos Santos e Sargento Dória." No campeonato do Minho, também, novo triunfo vitoriano pela terceira vez consecutiva. Histórica para o Vitória seria nessa época 40/41, a disputa da Taça de Portugal. Nos quartos-de-final da prova, coube ao Vitória defrontar o Barreirense, equipa da I Divisão e campeão da A.F.Setúbal. Era uma equipa onde jogavam internacionais e tudo indicava a eliminação do Vitória. Mas a surpresa aconteceu. No Barreiro 0-0, e grande expectativa para o jogo de Guimarães, para onde a imprensa desportiva nacional destacava alguns dos seus principais repórteres, e o Vitória vence por 6-1. Registe-se a formação vitoriana: Ricoca; Lino e João Bom; Castelo, Zeferino e Vitorino; Laureta, Miguel, Alexandre, Oliveira e Bravo. Seguiram-se as meias-finais e o Vitória teve de defrontar o Sporting, talvez a melhor equipa do País. Em Lisboa foi a "hecatombe". Uma derrota por 12-0, embora ao intervalo o Vitória só perdesse por 1-0. Em Guimarães, o Vitória já equilibrou melhor, e só perdeu por 2-4. A época terminaria com uma grande festa de homenagem pela carreira vitoriana que teve também o objectivo de sensibilizar os altos poderes do futebol para a abertura à A.F.Braga de uma presença na I Divisão que continuava fechada, na medida em que o Vitória era o único clube dessa distrital a quem tal abertura poderia interessar. Registe-se que toda a sociedade industrial Vimaranense da época, tomou lugar no jantar de homenagem à equipa, uma afirmação de bairrismo e de apoio total ao V.S.C.


1941/42
Os primeiros jogos, ainda particulares, mas já na condição de clube oficial ter-se-ão realizado nos primeiros meses de 1923. O Vitória venceu o U.Lamas por 6-4 e estava na I Divisão. Foi um jogo de grande emotividade com constantes alterações no marcador em que o Vitória jogou com: Machado; Lino e João Bom; Castelo, Zeferino e José Maria; Laureta, Miguel, Alexandre, Ferraz e Bravo. Na semana seguinte, iniciar-se-ia o Nacional da I Divisão, onde o Vitória Sport Clube de Guimarães jogaria pela primeira vez. O Vitória disputou o seu primeiro jogo na I Divisão, no Benlhevai, em 18 de Janeiro de 1942. Iniciou aí um percurso de catorze épocas sucessivas na I Divisão Nacional, o que o tornou o clube, nesse período, mais antigo do campeonato principal do futebol Português, com excepção dos, então, denominados 4 "grandes": Sporting, Benfica, F.C.Porto e Belenenses, ultrapassando em número de presenças os "históricos" Académica de Coimbra e Vitória de Setúbal. O campeonato 41/42 iniciou-se em Janeiro e foi disputado por 12 clubes apurados nos campeonatos regionais. 5 de Lisboa - Benfica, Sporting, Belenenses, Unidos de Lisboa e Carcavelinhos, 3 do Porto - Porto, Académico e Leça e 1 de Coimbra - Académica, 1 de Setúbal - Barreirense, 1 do Algarve - Olhanense, e um de Braga - V.Guimarães. O Vitória classificou-se em 11º lugar - penúltimo - só ficando atrás de si o Leça. Ganhou 6 jogos, empatou 1 e perdeu 15. O ponto mais alto desse campeonato foi o triunfo fora, nas Salésias, com o Belenenses por 1-0. O Belenenses que se viria a classificar nesse campeonato em terceiro lugar era uma das grandes equipas dessas épocas. Para a história ficaram ainda, o primeiro jogo no Nacional, no Benlhevai em que o Vitória venceu o Olhanense por 4-0 e o V.Guimarães/Benfica (1-2) com os vitorianos a queixarem-se muito da arbitragem, o que levou a meio do jogo, o fiscal de linha João Passos, de Guimarães, a abandoná-lo em protesto contra o chefe de equipa. Nesses tempos, só o árbitro vinha de fora, sendo os fiscais de linha árbitros locais, embora dos quadros nacionais. A maior proeza dessa época foi, porém, a carreira na Taça de Portugal, proeza que só se viria a repetir vinte anos depois. O Vitória eliminou o Estoril (7-2) no Benlhevai, o Espinho (4-1) jogando fora e chegou às meias-finais onde recebeu o Sporting. Perante a surpresa de todo o País desportivo, o Vitória venceu por 2-1, garantindo a presença na final. A final Belenenses/V.Guimarães disputada em 12 de Julho de 1942, terminou com o resultado de 2-0 favorável ao Belenenses, mas, apesar da derrota, foi grande a euforia na cidade e na população vitoriana. Para a história, a equipa finalista, quase igual à que tinha garantido meses atrás a subida de divisão: Machado; Lino e João Bom; Castelo, Zeferino e José Maria; Laureta, Miguel, Alexandre, Ferraz e Arlindo.


1942/43
A época 42/43 começava a ser preparada. O campeonato distrital decorre com total superioridade do Vitória que só perde um jogo em Famalicão (0-2) e fica apurado para o nacional. O nacional 42/43 é só disputado por 10 equipas. O Vitória classificou-se em 8º lugar com os mesmos pontos do 6º e 7º que foram a Académica e o F.C.Porto. Abaixo do Vitória ficaram o Unidos do Barreiro e o Leixões. É indiscutivelmente, um melhor campeonato que o da época anterior, em que os pontos altos foram as vitórias no Benlhevai ao Porto (3-2), ao Belenenses (3-1) e fundamentalmente ao Benfica que viria a ser campeão nacional por 5-1. Ponto mais negro a derrota no Belenenses por 12-0. A Segunda época na I Divisão provocou um efectivo crescimento da massa associativa. Antes da chegada à I Divisão, o V.S.C. tinha 160 sócios e nesta época atingia os 800.


1943/44
Alberto Augusto continuou a ser o treinador e os irmãos Brioso e Alcino vieram de Vila Real reforçar as opções da linha avançada. No campo associativo, o Vitória procurava organizar-se melhor e a Assembleia Geral criava as comissões para novo campo de jogos - já que se sentia a exiguidade do Benlhevai - para nova sede e para angariação de sócios. A época 43/44 iniciou-se com mais um distrital. Na primeira jornada, o Vitória perdeu em Famalicão, pela segunda época consecutiva, o que significava que o principal do Vitória na A.F.Braga já não era o Sp.Braga como até aí tinha acontecido, mas o Famalicão, um clube que tal como o Vitória beneficiava do momento que a têxtil atravessava no período da 2ª Guerra Mundial. Mas apesar dessa derrota na 1ª jornada, o Vitória não teve dificuldade em voltar a ser Campeão Distrital ganhando ao Famalicão na segunda volta (7-0) e indo vencer a Braga (4-1). No nacional 43/44, o Vitória repetiu a classificação do ano anterior - 8º - mas, apenas, com 7 pontos e só duas vitórias. Foi uma má época, em que o Vitória teve o campo interdito, jogou dez jogos seguidos fora do Benlhevai e só ganhou ao Olhanense e ao Salgueiros e pelo mesmo resultado (2-1). Atrás de si ficaram, porém, ainda a Académica e o Salgueiros. Em Fevereiro de 44, regista, porém, já 1.300 sócios, o que demonstrava um crescente interesse e apoio da população Vimaranense.


1944/45
O ex-União de Coimbra, Curado é a grande aquisição do Vitória no início desta época, a última em que, ainda, foi orientado por Alberto Augusto. Na época 44/45, continua uma grande superioridade do Vitória no distrital, apesar de mais uma vez perder em Famalicão (2-3) mas na segunda volta em jogo que contava pouco, o triunfo em Braga decide mais uma vez o título. O Vitória inicia o nacional 44/45 com uma derrota (2-3) no Salgueiros, mas depois começa a recuperar. Vence no Benlhevai o Estoril, Académica e Olhanense e já na segunda volta o Porto (3-0). Termina no seu lugar habitual - 8º - de novo com, apenas, a Académica e o Salgueiros atrás de si. Registemos, porém, uma das equipas mais utilizadas ao longo da época: Machado; Curado e João Bom; Dias, Zeferino e José Maria; Brioso, Miguel, Ferraz, Alcino e Arlindo. No final dessa época, despedia-se de titular do Vitória, Zeferino, provavelmente um dos jogadores mais influentes até então e um dos primeiros profissionais do V.S.C.


1945/46
Inicia-se a época 45/46 com uma solução local na equipa técnica. O antigo jogador, campeão distrital nos anos 30, Virgílio Freitas é o treinador, com a responsabilidade da preparação física a pertencer ao Dr.Moura Machado, professor do Liceu e Presidente do Conselho Fiscal. Três novos jogadores são importantes na formação da equipa dessa época: Garcia, vindo dos Açores; Luciano, transferido do V.Setúbal e, fundamentalmente, Franklim um destacado jogador do Belenenses que por inadaptação à vida lisboeta se transfere para Guimarães tendo aí fixado residência. O distrital decorre, normalmente, a superioridade vitoriana é total, quebra-se, mesmo, o "enguiço" de não ganhar em Famalicão, onde o Vitória triunfa por 4-1 e o Vitória é Campeão do Minho já que nessa época, o distrital englobou equipas dos distritos de Braga e Viana do Castelo por extinção da A.F.Viana do Castelo. Porém, a grande questão da actualidade vitoriana dos últimos meses de 45 em que se disputou o distrital, foi o novo campo de jogos que o Vitória tinha, obrigatoriamente, de construir já para disputar o nacional dessa época, por imposição federativa. Em 18 de Novembro de 45 fica definido o local: no lugar da Amorosa, a dez minutos do centro da cidade. Só o dinamismo e a capacidade financeira de Antero Henriques da Silva, Vice-Presidente do V.S.C. e Presidente da comissão pró campo de jogos tornou possível a construção da Amorosa, praticamente, apenas durante o mês de Dezembro de 45. O Vitória, ainda, disputou os seus dois primeiros encontros que lhe cabia jogar em casa, em Braga, com o Olhanense (2-2) e com o Sporting (1-3), mas foi este último jogo que acelerou todo o processo de construção da Amorosa, porque a assistência bracarense apoiou, claramente, o Sporting, talvez por ser a única forma de poder ver um Sporting vencer o Vitória em Braga. Em 13 de Janeiro de 1946 jogava-se o primeiro jogo no novo Campo da Amorosa, sem qualquer inauguração oficial e com todos os acabamentos finais a decorrerem até à hora do jogo. O Vitória venceu o Boavista por 3-1 e Alexandre marcou o primeiro golo do Vitória naquele campo que iria ser a sua "casa" durante praticamente vinte anos, até meio da década de 60. Para a história vitoriana registe-se a equipa que disputou esse jogo e que era a base dessa época: Machado; Garcia e João Bom; Luciano, Curado e José Maria; Franklim, Miguel, Alexandre, Brioso e Arlindo. A cidade e o Vitória promoveram, então, uma grande homenagem a Antero Henriques da Silva. O Vitória realizou um campeonato tranquilo, classificando-se em 8ºlugar mas num nacional com 12 equipas, ficando atrás de si o Elvas, a Académica, o Boavista e o Oliveirense - campeão de Aveiro - que pela primeira vez tinha acesso à I Divisão. O V.Guimarães-5 / Elvas-0, o maior triunfo na Amorosa e uma vitória em casa do Sporting (2-1) embora já na fase final do campeonato, constituíram os momentos mais altos desse campeonato vitoriano.


1946/47
O Vitória perdeu por 3-0 com o Braga com uma equipa já nova em relação às anteriormente citadas: Carneiro; Evaristo e Benjamim; Salgado, Ornelas e A.Costa; Camilo, M.Ferreira, Constantino, Hermínio e Albano. É a última época que se disputa o campeonato distrital como apuramento para o nacional que passa a ter 14 clubes, dois dos quais da A.F.Braga. Porém este último distrital foi dos mais difíceis para o Vitória com alguns empates e derrotas: Famalicão-1 / V.Guimarães-1, Vianense-3 / V.Guimarães-5 e Gil Vicente-0 / V.Guimarães-1. Valeu a costumeira vitória em Braga (5-4), num jogo marcado por incidentes entre apoiantes e, finalmente, o V.Guimarães-5 / Braga-0 na última jornada, confirmando mais um título de Campeão do Minho. O Vitória tinha nessa época uma equipa já com muito poucos jogadores de Guimarães, apenas dois: Machado (guarda-redes) e José Maria, ainda da equipa finalista da Taça em 42, o que motivava quando os resultados não apareciam. Registe-se a equipa dessa época: Machado; Curado e José da Luz; Luciano, Garcia e José Maria; Franklim, Rebelo, Brioso, Joaquim Teixeira e Alcino. O Vitória termina o campeonato dessa época mais uma vez em 8ºlugar, mas como este foi disputado por 14 equipas, fica praticamente a meio da tabela. Abaixo do Vitória voltou a ficar o Boavista e ainda o Elvas, a Académica, o V.Setúbal, o Famalicão e o Sanjoanense, sendo que estes dois últimos desceram de divisão. Em 1947, o Vitória cria uma escola de futebol para crianças, dirigida pelo técnico Artur Baeta que era um apaixonado pelo futebol de formação. Em Assembleia Geral é designada uma comissão para as modalidades amadoras que viria a incentivar a prática da ginástica, mas, também, a construção do Rink da Amorosa e a formação da Secção de Hóquei em Patins. O Vitória Sport Clube comemorou nesse ano de 1947 o seu 25º aniversário.


1947/48
A época 47/48 inicia-se com novo treinador, Alfredo Valadas, que viria a conquistar neste período as melhores classificações do V.Guimarães - 6º e 7º lugar. Porém, o único reforço nesta época foi Francisco Costa, vindo do Gil Vicente e que seria titular do Vitória dez épocas. Nesta época, o Vitória volta a defrontar-se com o Braga que tem aqui a sua primeira participação na I Divisão - seis anos depois do Vitória. O Vitória efectuou uma época muito regular, sem grandes êxitos, perdendo na Amorosa com o Porto, Sporting e Belenenses, empatando com o Benfica, mas ganhando todos os restantes jogos. Ficou em 7ºlugar, então a sua melhor classificação de sempre. Em 12 de Junho de 1948, era inaugurada a nova sede do Vitória Sport Clube à Rua D. João I, onde os serviços administrativos do clube se manteriam até 1994 - quase 50 anos - e, onde, se mantiveram ainda, actividades do Vitória.


1948/49
Nesta época, Alfredo Valadas mantêm-se como treinador, sai Alcino que vai para o Belenenses e ingressam no Vitória, nomeadamente Teixeira da Silva e Custódio. Este último é um importante goleador que enche de entusiasmo os adeptos marcando, logo, três golos na 1ªjornada do nacional dessa época em que o Vitória vence o Estoril (4-1). O Vitória viria a classificar-se em 6ºlugar - nova melhor classificação de sempre - e a equipa-tipo dessa época foi: Machado; Ferreira e Costa; Jorge, Curado e Joaquim Teixeira; Brioso, Miguel, Teixeira da Silva, Custódio e Franklim. O Vitória, em casa, vence o Porto (2-1), empata com o Benfica (3-3) e só perde com o Sporting (1-3) que é campeão. Nessa época descem o Lusitano de Évora e o Boavista. Franklim é o melhor marcador do Norte, e é, por tal feito, homenageado.


1949/50
Vai iniciar-se a época 49/50 e há novo treinador: Janos Biri, anterior treinador do Benfica e, talvez, o técnico com melhor curriculum que chega ao Vitória. Não foi, porém, aqui, feliz e as classificações finais dos campeonatos pioraram. Cerqueira, defesa-central, vindo do Benfica, é a principal aquisição dessa época. Silva (guarda-redes) do Gil Vicente é outra contratação que vai ocupar as balizas vitorianas durante vários campeonatos. Mas nas saídas uma baixa de vulto, Curado regressa a Coimbra e ingressa na Académica. É uma época difícil onde pela primeira vez, o Vitória corre o risco de descer de divisão. A seguir a uma derrota em casa com o Atlético (2-3), segue-se um novo jogo em casa com o Benfica que o Vitória não pode perder...mas perdeu. Só se salva de descer na última jornada em que vence o Estoril (3-1) na Amorosa, depois de empatar em Coimbra (0-0) com a Académica. O Vitória acabaria em 11ºlugar, apenas, com mais dois pontos que o 13º - o Elvas - que desceria. Um mau campeonato com muitos pontos perdidos em casa com, apenas, sete vitórias em treze jogos disputados na Amorosa.


1950/51
No início da época 50/51, Alcino regressa do Belenenses. Janos Biri mantêm-se como treinador e há grande contestação no Vitória às transferências de Custódio para o Barreirense e de Teixeira da Silva para o Lusitano de Évora. A época corre muito mal ao Vitória, as críticas à falta de jogadores da terra são muitas e os resultados alternam as boas surpresas com as derrotas em casa com adversários do mesmo campeonato. O Vitória vence o Benfica por 3-1, vai ganhar ao Sporting, empata na Amorosa com o Porto e Belenenses mas tem resultados desastrosos: V.Guimarães-1 / Covilhã-5; V.Guimarães-2 / Oriental-2; V.Guimarães-1 / Estoril-2; V.Guimarães-1 / Braga-1; V.Guimarães-0 / Académica-0. Só ganha seis jogos e faz, apenas, 18 pontos. Seria o 13º classificado com ida aos jogos de passagem, mas é salvo com uma intervenção ministerial que pune o Setúbal com descida por suborno a jogadores do Oriental quando de um jogo disputado entre as duas equipas.


1951/52
A época 51/52, inicia-se com novo treinador: Alexandre Peics, um húngaro, vindo do Belenenses onde introduzira uma mudança táctica célebre na história do futebol mundial. É o denominado "WM" com marcação directa do defesa-central ao avançado-centro. O Vitória passa a jogar, também, em "WM" e a polémica do mundo do futebol chega a Guimarães. O Vitória tem alguns reforços: Nuno, Lourenço (vem do Benfica e irá duas épocas depois para o Sporting) e António Teixeira (uma jovem esperança vindo, também, do Benfica e que no final dessa época será transferido para o F.C.Porto na transferência mais cara do futebol Português - 150 contos). Com o decorrer da época chega Lara, um reforço espanhol e que é o primeiro estrangeiro a vestir em jogos oficiais a camisola do Vitória Sport Clube de Guimarães. A equipa-tipo alinhava assim: Silva; Vieira, Cerqueira e Costa; Matias e Rebelo; Nuno, Lourenço, António Teixeira, Alcino e Franklim. O Vitória classifica-se em 10º lugar, e o seu momento mais alto é o triunfo, em Guimarães, sobre o Benfica.


1952/53
Peics, ainda inicia a época como treinador, mas não a completa. A meio do campeonato é substituído por Cândido Tavares. Cesário, José da Costa (vindos do Benfica) e Caraça são as principais aquisições que compensam a saída de António e Silveira (dos Açores), importante jogador durante mais de uma década e futuro capitão vitoriano. Silveira estreia-se a extremo-esquerdo num V.Guimarães-0 / Benfica-0 em Janeiro de 53 e jogaria a avançado algumas épocas antes de se afirmar como defesa-central, posição em que jogou a maioria do seu tempo no Vitória. Este campeonato inicia-se com o V.Guimarães/Porto (0-1) em que se verifica uma grande enchente na Amorosa. A equipa-tipo já com Cândido Tavares no comando, é, então: Silva; Lourenço, Cerqueira e Costa; Cesário e José da Costa; Lara II, Rebelo, Caraça, Franklim e Silveira. O Vitória classifica-se em 8º lugar embora tenha disputado até ao fim a permanência e passa a ser o clube com mais participações consecutivas na I Divisão a seguir aos quatro "grandes" da altura. Contudo, a permanência só se decide num dramático V.Guimarães-2 / Braga-1, a 26 de Abril de 53, que o Vitória ganha, no último minuto com um golo de Caraça. Em Junho de 1952, é inaugurado o Rink da Amorosa. Tinha sido criada a Secção de Hóquei em Patins que seria a primeira modalidade não-profissional com relevo na história do V.S.C.. É atribuída a Medalha de Ouro do Vitória Sport Clube a Antero Henriques da Silva, a única até hoje.


1953/54
Começa a época 53/54 e no plantel vitoriano há as saídas de Franklim (que se retirou) e de Lourenço que se transferiu para o Sporting. Cândido Tavares, um homem que conquistaria a população Vimaranense não só por ser técnico de futebol, mas por ser um homem da cultura física, criando várias classes de ginástica na cidade, continua como treinador e há muitas entradas: Meca (guarda-redes espanhol), Gilberto (ex-Sporting), Queiroz e Bibelino (ex-Porto), Juanim (ex-Celta Vigo), Miguel (ex-Elvas) e Rola (ex-Sporting). É já quase o total profissionalismo no futebol vitoriano. A equipa-tipo dessa época acaba por ser: Silva; Queiroz, Cerqueira e Costa; Bibelino e Rebelo; Silveira, Caraça, José da Costa, Miguel e Rola. Já não há um único jogador de Guimarães. O Vitória classifica-se em 8º lugar, razoável, empata com o Benfica em Lisboa (2-2) e ganha ao mesmo Benfica, na Amorosa (2-1), mas perde nas Antas (10-0!). Na Amorosa são inaugurados os balneários definitivos e descerrada uma placa de homenagem a Antero Henriques da Silva. Está em curso uma campanha para que o Vitória atinja os 4.000 sócios. Em 19 de Fevereiro de 54, a Câmara aprova o projecto do Estádio Municipal e pouco tempo depois adjudica a obra de drenagem e terraplanagem. Mas, o primeiro jogo no novo Estádio, já então uma grande aspiração, demoraria, ainda, dez anos.


1954/55
Nesta época, o Vitória cairia pela primeira vez, e única, na II Divisão. As apostas para essa época eram, porém, fortes e nada o faria prever. Ainda hoje, quando se procura, numa viagem de retorno ao passado, conhecer as razões, a opinião que se regista é: "Foi falta de sorte! Se o José da Costa não falha aquele golo sozinho em frente ao guarda-redes do Atlético nos últimos minutos da penúltima jornada, o Vitória não tinha caído" - lembra Hélder Rocha que foi o delegado ao jogo do Vitória nesse jogo decisivo. O Vitória contratou para seu treinador Galloway, um inglês que tinha sido campeão pelo Sporting na época anterior. Da equipa da época anterior, praticamente, só saiu Caraça, um jogador de área lutador que muita falta vem a fazer. Contudo, o Vitória contratou vários jogadores para essa época: Lobato (guarda-redes), Bártolo (ex-Beira-Mar), Eloi (ex-Braga) e a meio da época chega o avançado Lutero de África. Uma grave lesão de Rola deixa, porém o Vitória sem substituto do lado esquerdo. O Vitória, na primeira volta, ainda teve algumas vitórias. Na segunda jornada vence, mesmo, o Benfica (2-1) que se viria a consagrar campeão. É a estreia de Daniel, com 17 anos, um júnior vindo de Ponte da Barca que joga quase vinte anos na primeira categoria do Vitória, ficando na história do clube como o jogador que mais vezes vestiu, em jogos do campeonato, a camisola do Vitória de Guimarães. Mas, depois, perde com o Covilhã na Amorosa (2-3), empata com o Braga e chega às três últimas jornadas com grandes riscos de descida. Ainda vence a Académica (2-1) e vai ao Atlético em jogo decisivo para a permanência. A massa associativa acompanha a equipa, o Vitória cria várias oportunidades, mas não concretiza e o jogo termina 0-0. A descida de divisão estava consumada. Em 1955, o Vitória conquista o seu primeiro trofeu em Hóquei em Patins, vence a final da Taça de Honra frente ao Sp.Braga, em Famalicão, por 8-5 e há grande festa na cidade. De seguida, disputou-se o Campeonato do Minho e o Vitória classificou-se em 2º lugar, depois de perder uma finalíssima com o Taipas (2-4) em Barcelos.


1955/56
O Vitória não desmoralizou com a descida de divisão. Durante algumas semanas, ainda esperou pela decisão federativa em relação ao Boavista/Porto ganho pelo clube do Bessa, resultado que teria sido facilitado. Houve um inquérito, o capitão-geral do Boavista foi mesmo, irradiado, mas a classificação manteve-se e o Vitória não pode beneficiar de tal falsificação da verdade desportiva. No entanto, escreveu-se direito por linhas tortas e o Boavista acabaria por acompanhar o Vitória descendo nos jogos de passagem. Havia que preparar a nova época, a primeira na II Divisão. Foi contratado o treinador Fernando Vaz, que havia treinado o F.C.Porto e a Selecção Nacional. Era, indiscutivelmente, uma aposta arrojada. Foram igualmente contratados jogadores admitidos como indiscutíveis reforços: os argentinos Rosato (ex-Covilhã) e Rinaldi (ex-Atlético), Benje (ex-Montijo) e Virgílio (ex-Tirsense). Do Brasil veio Ernesto Paraíso, um avançado-centro, o primeiro de um largo conjunto de brasileiros que António Pimenta Machado (primo do actual Presidente do V.S.C.), morador no Recife(Brasil), havia de indicar ao Vitória nas épocas seguintes e que constituíram a base fundamental das equipas vitorianas da década de 60. O campeonato da II Divisão era uma maratona de jogos. Disputava-se em duas zonas - Norte e Sul - cada uma com 14 clubes e depois uma fase final com 6 clubes - três de cada zona - em que, apenas o primeiro subia directamente de divisão e o segundo disputava os jogos de passagem com o penúltimo da I Divisão. O campeonato começou pessimamente para o Vitória, nas quatro primeiras jornadas perdeu três jogos: com o Salgueiros (1-3), com o Boavista (1-3) na Amorosa, com o Espinho (3-4) e só empatou com o Peniche (1-1), em casa. À 5ª jornada, Fernando Vaz fez profundas alterações. Colocou Silveira a central - lugar em que viria a jogar oito épocas sendo o grande sustentáculo da defesa do Vitória - e estreou-se o brasileiro Ernesto. O Vitória venceu o Leixões (5-2) na Amorosa. Era a arrancada para uma sucessão de cinco jogos sempre a ganhar, interrompidos por uma derrota (0-1) em S. João da Madeira e nova série de quatro vitórias. No final da 1ª volta o Vitória já era 3º. O Vitória perde então, com o Boavista (0-1), num jogo importante onde o Vitória jogou bastante desfalcado sem os argentinos Rosato e Rinaldi e sem Rola. Começou depois, outra série positiva de vitórias, sendo de salientar o triunfo no Leixões (1-0), apenas um empate em Santarém (3-3), onde Ernesto marcou os três golos acabando o Vitória em primeiro lugar da zona Norte, perdendo apenas, no último jogo em Barcelos (2-3) que já não contava. Ficaram apurados para a fase final: V.Guimarães, Salgueiros, Boavista (Norte); Oriental, Olhanense e Coruche (Sul). Nesta fase final, foram pontos altos a vitória em Olhão (3-1), os triunfos, na Amorosa, sobre o Salgueiros (2-1) e Boavista (3-1), mas o primeiro lugar ficou comprometido nos jogos com o Oriental que viria a subir automaticamente: (2-2) na Amorosa e (3-4) em Lisboa. Porém, do mal o menos: O Vitória ficava em 2º lugar na II Divisão e ia disputar com a Académica os jogos de passagem. Na Amorosa um empate (1-1) com incidentes no final e o Vitória a queixar-se uma penalidade que ficou por marcar. N segundo jogo o Vitória perdeu (0-1) podendo uma vez mais queixar-se da arbitragem e de Ramin, o guarda-redes da Académica que mais tarde actuaria no Vitória. A época terminara. A equipa base dessa época acabou por ser: Silva; Virgílio, Silveira e Costa; Cesário e Rosato; Bártolo, Lutero, Ernesto, Rola e Benje. Foram ainda utilizados: Bibelino, Daniel e Rinaldi. Em Hóquei em Patins, o Vitória voltaria a conquistar o 2º lugar no campeonato do Minho, desta vez atrás do Famalicense. De registar que, nesse ano de 56, o Vitória disputou pela primeira vez o Nacional. Para estreia registem-se as vitórias em casa sobre o Hóquei dos Carvalhos (10-2) e sobre o Académico de Espinho (2-1).


1956/57
A época 56/57 ia começar e, não obstante todas as tentativas da direcção do Vitória em manter o seu treinador, Fernando Vaz saía por problemas pessoais, regressando contudo, um ano depois. O treinador escolhido para o substituir foi Óscar Tellechea, um argentino que jogara no Famalicão e que era um técnico bastante conceituado no país. As principais aquisições para essa época foram o argentino Auleta que jogava a médio-esquerdo e Armando Barros, vindo do Fafe, mas que jogara no Sporting em épocas anteriores, onde tinha sido campeão nacional. O Vitória volta a começar mal, empate em casa com o Gil Vicente (1-1), mas na 2ª jornada já vai ganhar a Peniche (2-0) e na primeira volta só sofre mais uma derrota, aliás pesada, em Leixões (1-5). Ponto alto é a vitória em Braga (1-0), pois o Braga tinha descido na época anterior. Na segunda volta, iniciada com uma derrota em Barcelos (1-2), o ponto "negro" é uma derrota na Amorosa (0-5) com o Sp.Braga, mas o Vitória apura-se sem dificuldade a duas jornadas do fim, ficando no 2º lugar da zona Norte. A fase final é disputada por V.Guimarães, Salgueiros, Sp.Braga, Farense, Coruche e Montijo. Embora o Vitória perca o primeiro jogo no Salgueiros (1-2), ganha os quatro jogos seguintes, um deles na Amorosa ao Braga por 5-0 e parte para a segunda volta com todas as possibilidades de subida. Na segunda volta, tudo corre pelo pior. Inicia-a com um empate na Amorosa com Salgueiros (3-3), perde em Braga (0-2), ganha os dois jogos seguintes ao Montijo e Coruche e tudo se decide em Faro, no último jogo, com Farense já sem qualquer possibilidade de subida. É dramático o resultado desse jogo (2-2) - se tivesse vencido, o Vitória subiria automaticamente - com Armando Barros a falhar uma grande penalidade nos últimos minutos. Salgueiros, Braga e V.Guimarães - os três da zona Norte - terminam a fase final empatados com 14 pontos, mas o Salgueiros sobe directamente, o Braga vai aos jogos de passagem e o Vitória fica para a próxima época. A equipa mais utilizada dessa época não foi muito diferente da da época anterior: Lobato; Virgílio, Silveira e Daniel; Cesário e Auleta; Bártolo, Barros, Ernesto, Rola e Benje. Registe-se a posição de Daniel a lateral-esquerdo, depois de ter sido avançado, posição em que será utilizado nas suas quase vinte épocas (dos 17 aos 37 anos) como titular do V.Guimarães, sendo o jogador que mais vezes vestiu a camisola do Vitória. No Hóquei, o ano de 57 foi aquele em que se viveram as melhores e as piores horas. O Vitória venceu a Taça de Honra, e o campeonato do Minho com três pontos de avanço. Para registo a equipa Campeã do Minho: Magalhães; Lino e António Xavier; Cesário e Cunha Gonçalves. Eram suplentes: Ribeiro e Manuel Magalhães. Em Novembro, iniciava-se o nacional. Ao Vitória coube defrontar o Sanjoanense. O primeiro jogo é em S.João da Madeira. O árbitro de Braga não comparece - os jogos de Hóquei tinham dois árbitros, sendo um de cada região dos clubes - e o Vitória é altamente prejudicado, agredido e intimidado. Perde 1-6. Tudo estava perdido e a vingança em Guimarães não iria ser desportiva. Os adeptos vitorianos estavam revoltados, encheram nessa noite, o Rink da Amorosa e aguardavam a chegada da equipa Sanjoanense. Esta vem tarde, quando já se pensava que não ia comparecer, como o Taipas no ano anterior. O jogo era às 22.00h e o Sanjoanense chega exactamente a essa hora. Um lutador de luta-livre, por sinal de Guimarães, massagista do Sanjoanense vem à frente e há incidentes, sendo os jogadores visitantes agredidos. O Sanjoanense recusa-se a entrar em campo e o jogo não se realiza. A Federação Portuguesa de Patinagem, suspende o campeonato. Em Janeiro de 58, vem a decisão: o Vitória é eliminado e o seu Rink interditado por um ano. Foi o fim do Hóquei do Vitória.


1957/58
A época 57/58 era a terceira tentativa consecutiva de subida, na qual, finalmente, ela seria concretizada. Fernando Vaz regressa para treinador e são contratados Romeu (ex-Porto), Abel (ex-Caldas) e o guarda-redes Sebastião (ex-Estoril). De registar a aquisição de dois ex-juniores do Desportivo Francisco de Holanda que na época anterior tinha sido campeão do Minho em Juniores - João da Costa e Miranda. Da Argentina veio ainda, Mário Cívico. O Vitória desta vez, começa bem com três vitórias, mas à 4ª jornada perde na Amorosa (2-3) com o Boavista e na jornada seguinte (1-5) na Covilhã. Porém, tudo regressa ao normal e no final da primeira volta está em segundo empatado com o primeiro, o Sp.Covilhã. A segunda volta é fácil, mesmo na disputa com os seus adversários directos: V.Guimarães-1 / Covilhã-0 e no Bessa Boavista-1 / V.Guimarães-3. Os últimos jogos desta fase, permitem mesmo a Fernando Vaz, lançar jovens da terra que iriam ser importantes para o futuro vitoriano: são os casos de Augusto Silva e Freitas. A zona Norte termina com o V.Guimarães em 1º lugar com 41 pontos, seguido do Covilhã com 38 pontos. São ainda apurados para a fase final o Boavista, o Farense, o Olhanense e o Atlético. Na primeira volta da fase final, o Vitória perde na Covilhã (0-2), mas termina essa primeira metade em segundo lugar a um ponto do Covilhã. Na segunda volta no momento dramático desse campeonato, o Vitória recebe o Covilhã na Amorosa. O Vitória perde (1-2) e tudo parecia perdido, até porque a seguir volta a perder no Boavista (2-5), com a massa associativa a ir ao Bessa em grande número numa manifestação de grande apoio. Mas milagrosamente, o Vitória fica em segundo lugar e vai, uma vez mais, disputar os jogos de passagem, desta vez com o Salgueiros. Em 8 de Junho de 1958 no, ainda hoje, Campo Vidal Pinheiro, no Porto, é a primeira mão e a vitória decisiva para o regresso à I Divisão. O Vitória ganha (2-1) e a formação vitoriana fica na história: Sebastião; Virgílio, Silveira e Abel; Cesário e João da Costa; Bártolo, Romeu, Ernesto, Cívico e Rola. No Domingo seguinte, a 15 de Junho de 1958 foi a confirmação em Guimarães. Um empate (2-2) e a grande festa do regresso. A cidade encheu-se de vitorianos. Era o regresso à I Divisão Nacional do Vitória de Guimarães, onde viria a consolidar-se definitivamente e a passar a ser um dos maiores clubes Portugueses.


1958/59
Em 15 de Junho de 1958, o Vitória regressava à I Divisão. O Vitória inicia aqui uma carreira, já não como tinha acontecido no período 42-55, de aflição constante, mas para passar a ser, uma equipa de disputa da hegemonia dos chamados "grandes" do futebol Português. Neste regresso, surge um período de vazio directivo, e por esse motivo, Fernando Vaz não renova com o Vitória. O treinador contratado é Mariano Amaro, um antigo internacional dos bons tempos do Belenenses. António Pimenta Machado, o vimaranense radicado no Brasil, envia dois brasileiros de grande capacidade técnica e que ficaram para sempre na memória de todos quantos os viram actuar - Edmur e Carlos Alberto - sendo eles, praticamente, os únicos reforços para a nova época. O Vitória perde, na primeira jornada, na Luz frente ao Benfica por (0-7), mas no Domingo seguinte, no regresso da I Divisão à Amorosa, tudo é rectificado pois o vitória ganha ao Belenenses - treinado por Fernando Vaz - por 3-0, sendo a estreia de Edmur. Seguem-se mais duas vitórias: em casa do Barreirense (2-1) e na Amorosa com o Braga (3-1) e à 4ª jornada, o V.Guimarães está em 1º lugar. Começa a euforia e há uma derrota pesada no Porto (1-6), mas vitórias em Évora (3-0) e na CUF (2-1) e tem então lugar um jogo na Amorosa com o Sporting, onde o Vitória perde (1-3), com uma contestadíssima arbitragem de Francisco Guerra, que muitos anos volvidos, sempre que vinha a Guimarães era recebido com vaias e contestação. No final da 1ª volta, o V.Guimarães ocupava o 3º lugar em igualdade pontual com o F.C.Porto. A segunda metade do campeonato inicia-se com o Vitória a ganhar na Amorosa ao Benfica por 2-1, e embora haja alguns resultados negativos, o Vitória tem já garantido o 5º lugar, podendo chegar ao 4º lugar, ocupado pelo Sporting. O Vitória recebe a Académica na Amorosa, num jogo decisivo para os estudantes de Coimbra que invadem Guimarães. O resultado foi V.Guimarães-4 / Académica-5, a Académica salva-se e o Vitória acaba o nacional em 5º lugar - a sua melhor classificação de sempre - a dois pontos do 4º classificado. Momento alto nesse final de época, nos meses de Julho/Agosto de 59, foi a deslocação do Vitória Sport Clube à África colonial - Angola, Moçambique e África do Sul - a convite dos Vimaranenses radicados naquelas colónias. A carreira do V.Guimarães em África foi quase 100% vitoriosa - ganhou os jogos todos com excepção de um empate na África do Sul - o que nunca tinha acontecido em anteriores digressões africanas dos "grandes" do futebol português. O regresso a Guimarães verifica-se já em Agosto, em ambiente de grande apoteose. Rezam as crónicas que desde Lordelo, o comboio que transportava a comitiva foi vitoriado e que desde o Castanheiro até ao Toural, por toda a Av. D.Afonso Henriques, era um mar de gente.


1959/60
O Vitória contrata novo treinador, Humberto Buchelli - uruguaio, e contrata dois enviado mais uma vez do Recife, por António Pimenta Machado e que viria a ser conhecido e lembrado pelo seu famoso potente pontapé. A nova época não podia começar melhor, V.Guimarães-7 / Lusitano de Évora-0. Na jornada seguinte (2-3) nas Antas e à terceira jornada, vence na Amorosa o Boavista por 5-1, com a estreia de um novo reforço - Azevedo. Silveira é chamado à Selecção Nacional e há grandes expectativas que o Vitória poderia Ter o seu primeiro internacional A, mas não chegou a jogar. No resto da primeira volta regista grandes resultados, nas últimas cinco jornadas, o Vitória ganha quatro jogos e empata um, pelo que termina em 3º lugar. Na segunda volta é porém, a queda, que muitos explicavam com o desgaste da digressão a África no defeso anterior. Há resultados muito negativos: com destaque para a derrota (0-1) em casa contra o Setúbal, em Domingo de S.Lázaro, uma das tradições vitorianas de azar. Na segunda volta, o Vitória só realizou 5 pontos e acabou por cair para o 7º lugar com que terminou o campeonato. O principal êxito vitoriano dessa época, seria porém, a conquista da "Bola de Prata" (destinada a premiar o melhor marcador da I Divisão Nacional) por Edmur como o melhor marcador da I Divisão. É aprovado o anteprojecto do Estádio Municipal e é edificada uma nova bancada na Amorosa, uma obra da responsabilidade de Casimiro Coelho Lima que, embora tenha tido o apoio de uma subscrição pública, terá iniciado aqui um tempo em que foi um significativo benemérito do clube.


1960/61
Inicia-se a época 60/61 e é contratado Artur Quaresma para treinador. É com este técnico que se iniciam as escolas de futebol no Vitória que congregaram, logo nas primeiras inscrições, 150 iniciados. Escolas estas que viriam a ser o grande incentivo ao Futebol Jovem do clube, que ainda hoje se mantêm. Há apenas uma aquisição: Ferreirinha, vindo do Porto e um jogador de nomeada. Na primeira jornada, o Vitória perde (1-2) no Belenenses e realiza uma primeira volta média. Empata nas Antas (2-2), ganha no Leixões (2-0), mas perde em casa com a CUF (0-3) num jogo em que Rola fractura o perónio. No final da primeira volta está, porém, em 5º lugar. O Vitória realiza uma óptima segunda volta do campeonato, iniciada com uma vitória (3-2) sobre o Belenenses na Amorosa, onde se estreia Pedras, com 18 anos de idade. No final do campeonato, o V.Guimarães classificou-se em 4º lugar - passava a ser a melhor classificação de sempre - e com um grande feito, nenhum dos quatro "grandes" ganhou na Amorosa: V.Guimarães-3 / Belenenses-2, V.Guimarães-2 / Benfica-1, V.Guimarães-0 / Sporting-0, V.Guimarães-4 / F.C.Porto-2. Neste último jogo, o Vitória alinhava com uma equipa diferente: Dionísio; Caiçara, Silveira e Daniel; João da Costa e Virgílio; Augusto Silva, Pedras, Edmur, Romeu e Azevedo. À quarta jornada Ribeiro dos Reis vem a Guimarães a "Bola de Prata" a Edmur e é alvo de homenagem dadas as suas ligações ao Vitória e ao Presidente, ainda, António Faria Martins.


1961/62
A época 61/62 inicia-se revestida de grande polémica. Edmur é transferido para o Celta Vigo pelo interesse financeiro da transferência. Edmur depois de três épocas no Vitória era já um jogador veterano e a sua saída é aceite pelos sócios. Já o mesmo não acontece com Ernesto, uma dispensa imposta pelo técnico Artur Quaresma com o total aval de Casimiro Coelho Lima, muito contestada e que iria criar uma ruptura definitiva entre sócios, treinador e Presidente. Também, se verificam as dispensas de Bártolo e Azevedo. A contestação é de tal ordem que Casimiro Coelho Lima oferece do seu próprio bolso a Ernesto o valor da desvinculação para calar os protestos. Não o consegue, porém. E o Vitória teve algum azar, apesar da disponibilidade financeira do seu Presidente nas aquisições que efectuou. Somente o guarda-redes Ramim foi uma efectiva valorização, porque o espanhol Amaro, contratado para o lugar de Edmur, não apagou as saudades e foi comparado com Ernesto toda a época e Silva e Nunes, vindos do Leixões, corresponderam pouco. O Vitória começou a época com uma derrota (1-3) na Amorosa com o Atlético, os maus resultados continuaram e uma nova derrota em casa com o Beira-Mar (2-3) à quarta jornada criou o pânico. Casimiro Coelho Lima pede a demissão, reúne o Conselho Geral e o Presidente mantém-se mais algumas jornadas. A situação classificativa não melhora e após um V.Guimarães-1 / Sporting-3 na Amorosa, já na segunda volta, Casimiro Coelho Lima abandona, mesmo, o clube e o treinador Artur Quaresma, a quem o Presidente sempre tinha dado grande apoio, demite-se. É o vazio em momento difícil e os directores que restam liderados por Hélder Rocha assumem a gestão do clube e designam o antigo jogador Rola, então treinador de Juniores, para técnico até ao final da época. Em 18 de Março/62, após esta crise, o Vitória tem uma deslocação decisiva ao campo do Leixões, o primeiro jogo orientado por Rola. O Vitória vence por 3-2. A situação melhora mas os guarda-redes Ramim e Dionísio são mobilizados para África e os jogos finais do campeonato são de grande dramatismo. A três jornadas do fim V.Guimarães-2 / Benfica-2, uma derrota pesada (1-4) em Évora e, finalmente, a 26 de Maio de 62 o jogo decisivo da Amorosa, V.Guimarães/F.C.Porto. O Porto queria ganhar para ser campeão e o Vitória tinha de ganhar para não descer. O Vitória jogou com: Varatojo; Caiçara, Silveira e Freitas; João da Costa e Virgílio; Augusto Silva, Romeu, Amaro, Pedras e Nunes. E venceu 1-0 com um golo de Augusto Silva. Seguem-se as meias-finais da Taça de Portugal com o Benfica. O Benfica estava interessado na contratação de Augusto Silva e apresentou uma proposta ao Vitória. Entretanto, no jogo da Luz, é Pedras quem brilha, Alfredo Farinha em "A Bola" chama-lhe "Eusébio branco" e o Benfica tenta a todo o custo a contratação de Pedras. As perspectivas do negócio com o Benfica faziam admitir um certo desafogo financeiro. Poucos dias depois é concretizado o primeiro negócio: Pedras, que em 1960 se tornou no primeiro internacional do V.Guimarães, como júnior, integrando uma Selecção Nacional que conquistou o 3º lugar, vai para o Benfica e o Vitória recebe 550 contos e Peres, Mendes e Fonseca. Mas escassas semanas depois, o Benfica volta à carga pretendendo Augusto Silva. Hélder Rocha consulta a Assembleia Geral e garante que as verbas a receber seriam depositadas para a próxima gerência. O Vitória recebe mais 700 contos e Manuel Pinto, Teodoro, Zeca Santos e Testas, estes dois últimos emprestados. Com todos estes jogadores vindos do Benfica, estava já constituída a base da equipa para 62/63. O novo treinador é José Valle (argentino) que vai ser o treinador deste período que mais tempo se mantém em Guimarães (três épocas completas) e o Vitória ainda contrata Roldão (guarda-redes), Paulino, Armando e o brasileiro Lua e constitui uma equipa que vai ultrapassar o fim da década de 60. A época 62/63 começa com um jogo na Amorosa V.Guimarães/Leixões, com grande polémica relativa à arbitragem de Porfírio Silva de Aveiro. O jogo termina 1-1 mas não é considerado um golo ao Vitória - difícil de ajuizar se a bola entra ou não entra - mas em que o árbitro, inicialmente, aponta o centro do terreno. Muitos protestos e o presidente do Leixões desce do camarote ao terreno de jogo, fala com o árbitro e este invalida-o. É a completa confusão, com tiros para o ar da P.S.P. e no final o Vitória protesta o jogo. Este caso seria, inicialmente, deferido a favor do Vitória, tendo o Conselho Técnico da F.P.F. mandado repetir o jogo baseado em declarações no processo do árbitro que confirmou não Ter descontado durante o período de interrupção do jogo, mas, em recurso, o Conselho Jurisdicional concluiria pela razão do Leixões numa votação muito dividida. Mais uma polémica com o V.S.C. a contestar veementemente o voto do representante da A.F.Braga, o advogado Augusto Rego, da cidade dos arcebispos, que votou contra o V.Guimarães. A época prossegue e o Vitória vai obtendo resultados médios. Ainda era a construção de uma nova equipa que acaba por se consolidar neste conjunto-tipo: Roldão; Caiçara, Silveira e Daniel; Manuel Pinto e Virgílio; Paulino, Peres, Lua, Mendes e Armando. Repara-se que só a defesa tinha transitado da época anterior, do meio-campo para a frente eram todos jogadores novos. O V.Guimarães termina a época em 6º lugar, apenas, atrás dos quatro "grandes" e do Leixões (5º). Mas o grande êxito do Vitória nesta época, é alcançado na Taça de Portugal, onde defronta o Belenenses nas meias-finais a duas mãos. Perde no Restelo (0-2) e no Domingo seguinte vence na Amorosa por 3-1. Segue-se o desempate em Coimbra, onde se deslocam milhares de Vimaranenses, apesar de ser dia de semana. A seis minutos do fim, o Vitória perde (0-1), empata aos 84 minutos e marca mais dois golos aos 85 e 89 minutos, passando à final. É indescritível a alegria dos adeptos, jogadores e treinador nesta memorável jornada de Coimbra. No Domingo seguinte é a final no Jamor com o Sporting. O Vitória joga desfalcado do seu capitão Silveira e Manuel Pinto recua para central entrando João da Costa. A superioridade é do Sporting e o Vitória perde a sua Segunda final da Taça - V.Guimarães-0 / Sporting-4.


1962/63
O técnico José Valle renova, o brasileiro Lua é transferido para o Racing White da Bélgica, num novo bom encaixe financeiro para o clube e em sua substituição António Pimenta Machado manda do Brasil um novo avançado-centro - Rodrigo. O campeonato 63/64 começa com um V.Guimarães-1 / Sporting-1 e a equipa é uma continuação da época anterior: Roldão; Caiçara, Silveira, Virgílio e Daniel; Manuel Pinto e Peres; Teodoro, Rodrigo, Mendes e Paulino. O Vitória realiza um bom campeonato e o ponto alto é o V.Guimarães-2 / Porto-2, não pelo resultado mas por se ter verificado a maior enchente de sempre do Campo da Amorosa. No final da primeira volta, o Vitória está em 3º lugar. A segunda volta começa mal com uma derrota em Alvalade (0-5), mas o Vitória é muito seguro em casa ganhando alguns jogos fora: Belenenses-0 / V.Guimarães-3, Lusitano-2 / V.Guimarães-5, Barreirense-0 / V.Guimarães-1, Varzim-4 / V.Guimarães-5, Académica-0 / V.Guimarães-3 e Seixal-3 / V.Guimarães-4, este na última jornada. No final, novo 4º lugar, mas com os mesmos pontos que o 3º, o Sporting. No final dessa época, o Vitória parte para a América onde, pela primeira vez, vai defrontar equipas europeias. Tem bons resultados: V.Guimarães-0 / Estrela Vermelha de Belgrado-0 e V.Guimarães-1 / AEK Atenas-0.


1963/64
José Valle renova e fica para a terceira época consecutiva, o Vitória negoceia Teodoro para o Belenenses e adquire Inácio, um médio de ataque, e chega a Guimarães um jovem alentejano de nome Osvaldinho que vai ser um importante jogador do Vitória, mas só várias épocas depois. Silveira abandona o Vitória depois de onze épocas como titular. No início da época, o Vitória vai à Bélgica, a primeira deslocação europeia, defrontar o clube para se havia transferido Lua, e vence - Racing White-1 / V.Guimarães2. O campeonato começa com um V.Guimarães-0 / Porto-0 e apesar de uma derrota em casa com o Setúbal (1-2), uma equipa à época muito forte, seguem-se bons resultados, sendo o maior feito a vitória em Lisboa frente ao Sporting por 2-1. Na última jornada da primeira volta, o Vitória é obrigado a jogar pela primeira vez no Estádio Municipal, pois tinha terminado o prazo dado pela Direcção Geral dos Desportos para que os clubes primodivisionários tivessem campos relvados e com as medidas mínimas exigidas, e não houve mais prolongamentos. Foi uma semana louca a dar os últimos e ainda grandes arranjos num estádio que era, ainda, só quase um terreno relvado e uma pequena bancada em cimento. Foram utilizados os balneários da Amorosa com jogadores, árbitros, técnicos e dirigentes a descerem ribanceira abaixo e foram improvisados camarotes de madeira. No primeiro jogo no Estádio Municipal, aquele que mais tarde seria propriedade do V.S.C. e obteria a designação de D.Afonso Henriques, o Vitória venceu o Belenenses por 2-1 e para a história fica a formação vitoriana: Roldão; Mário, Pinto, Artur e Daniel; João da Costa Peres e Inácio; Castro, Eduardo e Mendes. O primeiro golo no Estádio Municipal foi para o Vitória e foi marcado por Castro, um produto das escolas do clube. O Vitória ainda regressa à Amorosa para jogar mais três jogos - a lei permitia jogar em pelado, quando os adversários, também ainda não tivessem campo relvado e um clube na sua primeira época na I Divisão não o era obrigado a ter - e o último jogo de campeonato naquele campo que foi a casa do Vitória dezanove épocas (46-65) foi o V.Guimarães-2 / Torrense-0. Entretanto num desses jogos, :Guimarães-7 / Varzim-2, estreia-se outro jovem das escolas vitorianas e que ficaria na história do clube: Gualter. O Vitória realiza um final de campeonato com alguma irregularidade e acaba por se classificar em 7º lugar. Neste ano de 65, começou a modalidade de Andebol no Vitória.


1964/65
A época 65/66 é preparada com grande renovação. Ao fim de três épocas, José Valle deixa o V.Guimarães e é contratado o francês Jean Luciano que na época anterior treinara o Sporting. Do Brasil vêm mais dois jogadores: Morais e Djalma, que pese embora tenham ficado no Vitória apenas uma época, ficaram para sempre na memória de todos os vitorianos. Foi ainda contratado o extremo Vieira, jogador de grande velocidade. O campeonato inicia-se no novo Estádio com um V.Guimarães-4 / Setúbal-1. À segunda jornada o Vitória vai ao Sporting e empata (1-1), num jogo em que se estreia um outro jogador que faria história em Guimarães - Joaquim Jorge. O início do campeonato continua brilhante e à quarta jornada o V.Guimarães é guia isolado após ter ganho em Aveiro por 2-1. Ainda na primeira volta, há um V.Guimarães-6 / Braga-2 com uma exibição fabulosa de Djalma que ficou na retina dos vitorianos. No final da primeira volta, o V.Guimarães é 2º classificado. Na segunda volta o Vitória continua brilhante e à 15º jornada vence o Sporting em Guimarães por 3-2, registe-se a equipa que disputou esse encontro e que foi, de certa forma, a equipa-tipo dessa época: Dionísio; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Daniel; Morais e Peres; Vieira, Djalma, Mendes e Castro. O Vitória passou depois por um período difícil, com lesões, onde utilizou os jovens Pimenta (guarda-redes) filho de António Pimenta Machado, o vitoriano radicado no Brasil e José Carlos, um jovem central vindo de Vila Praia de Âncora. Mas últimas jornadas ainda vence o Benfica em Guimarães por 3-2, vai ganhar a Braga 5-3 e termina em 4º lugar. Na transição das épocas 65/66 e 66/67, o Vitória vai à Venezuela disputar um Torneio intitulado "Taça do Mundo" com os seguintes resultados: V.Guimarães-3 / Lazio Roma-1 (equipa com que o Vitória se voltaria a cruzar em 97/98 para a Taça UEFA) e V.Guimarães-0 / Valência-3.


1965/66
Vai iniciar-se a época 66/67 e o plantel do Vitória sofre importantes saídas: Morais sai para o Sporting numa transferência muito contestada no plano legal pelo Vitória, Djalma é cedido ao F.C.Porto num acordo na época muito contestado pelos números reduzidos que envolveu: 150 contos, as cedências de Joaquim Jorge e Naftal e os empréstimos de Miranda e Lázaro. A indisciplina de Djalma em contradição com a sua qualidade de jogador, terá apressado a sua saída. Do Brasil para substituir Djalma vem Campinense, um brasileiro que nunca o fez esquecer. O francês Jean Luciano continua como treinador. O campeonato inicia-se com um V.Guimarães-0 / Benfica-1, nas duas jornadas seguintes, volta a perder em Setúbal (0-1) e em casa com o Belenenses (1-2) e, finalmente, tem um "alívio" com uma vitória em Aveiro, à 4º jornada, onde se estreia o ex-junior Bomba. A partir daí, há uma certa melhoria e até ao fim da primeira volta há resultados positivos: V.Guimarães-2 / Sporting-1, V.Guimarães-2 / Porto-0 e Braga-2 / V.Guimarães-3, mas, também, resultados negativos, porém o Vitória termina a primeira volta em 7º lugar. António Mendes, conhecido como o "pé de canhão" actua pela Selecção Nacional e é o 1º internacional A do Vitória Sport Clube. A segunda volta começa muito mal: (0-7) na Luz, Peres e Mendes lesionam-se e surge a crise, no entanto foi contratado Lorga Marta para conselheiro técnico de Jean Luciano, surgiram algumas melhorias e o Vitória, ainda termina o campeonato em 6º lugar. A equipa que joga a última jornada em Guimarães frente à Sanjoanense (2-1) - sem Peres e Mendes - é: Roldão; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Daniel; Silva e Artur; Bomba, Campinense, Manafá e Vieira.


1966/67
Vai iniciar-se a época 66/67 e o plantel do Vitória sofre importantes saídas: Morais sai para o Sporting numa transferência muito contestada no plano legal pelo Vitória, Djalma é cedido ao F.C.Porto num acordo na época muito contestado pelos números reduzidos que envolveu: 150 contos, as cedências de Joaquim Jorge e Naftal e os empréstimos de Miranda e Lázaro. A indisciplina de Djalma em contradição com a sua qualidade de jogador, terá apressado a sua saída. Do Brasil para substituir Djalma vem Campinense, um brasileiro que nunca o fez esquecer. O francês Jean Luciano continua como treinador. O campeonato inicia-se com um V.Guimarães-0 / Benfica-1, nas duas jornadas seguintes, volta a perder em Setúbal (0-1) e em casa com o Belenenses (1-2) e, finalmente, tem um "alívio" com uma vitória em Aveiro, à 4º jornada, onde se estreia o ex-junior Bomba. A partir daí, há uma certa melhoria e até ao fim da primeira volta há resultados positivos: V.Guimarães-2 / Sporting-1, V.Guimarães-2 / Porto-0 e Braga-2 / V.Guimarães-3, mas, também, resultados negativos, porém o Vitória termina a primeira volta em 7º lugar. António Mendes, conhecido como o "pé de canhão" actua pela Selecção Nacional e é o 1º internacional A do Vitória Sport Clube. A segunda volta começa muito mal: (0-7) na Luz, Peres e Mendes lesionam-se e surge a crise, no entanto foi contratado Lorga Marta para conselheiro técnico de Jean Luciano, surgiram algumas melhorias e o Vitória, ainda termina o campeonato em 6º lugar. A equipa que joga a última jornada em Guimarães frente à Sanjoanense (2-1) - sem Peres e Mendes - é: Roldão; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Daniel; Silva e Artur; Bomba, Campinense, Manafá e Vieira.


1967/68
A época 67/68 é preparada com novos cuidados e o novo treinador é Juca. Há duas aquisições: Augusto, um brasileiro (ex-Sporting) e Manuel vindo directamente do Brasil. O campeonato começa, porém, muito mal com três derrotas, à quarta jornada o Vitória empata em Guimarães (1-1) com o Leixões, mas estão ausentes oito jogadores lesionados e à 5º jornada, finalmente uma vitória: em Santo Tirso (2-1). A situaação melhora e no final da primeira volta e depois de vitórias sobre o Porto, em Guimarães por 2-1, em Braga (1-0) e na Póvoa do Varzim (1-0), o Vitória está em 6º lugar. A equipa mais utilizada é : Roldão; Costeado, José Carlos, Joaquim Jorge e Daniel; Augusto Manuel Pinto e Peres; Manuel, Mendes e Lázaro. O V.Guimarães começa a utilizar o equipamento todo branco até hoje, abandonando o anterior - camisola branca e calção preto. A segunda volta do nacional corre mal, mas três vitórias nas três últimas jornadas: 3-2 ao Varzim, 2-0 ao Braga, 2-1 fora com o Barreirense, garantiram um novo 6º lugar. Em 68, a jovem equipa de Andebol, que vinha sendo formada desde os inícios da modalidade, alcança o seu primeiro grande êxito. Foi Campeã Distrital de Juvenis e de seguida, vence a 1ª fase do nacional. A fase final do nacional disputa-se entre oito equipas, e o Vitória classifica-se em 4º lugar, a seguir ao Porto (1º), Sporting (2º) e Benfica (3º).


1968/69
O treinador Juca não renova, apesar dos desejos da Direcção com quem tinha cultivado laços de grande amizade, mas alega razões familiares e é contratado Jorge Vieira, um brasileiro que vai conseguir a melhor classificação, até então, da história vitoriana - o 3º lugar. As principais aquisições para a nova época são Zézinho (um novo brasileiro) e Carlos Manuel (ex-Setúbal). No primeiro jogo, o Vitória empata em casa com o Leixões (0-0), na segunda jornada, ganha na Póvoa (5-0), mas os três pontos altos da primeira volta são os empates (0-0) na Luz e Alvalade e a vitória, em Guimarães, sobre o Porto (2-0). O Vitória apresentava, essencialmente, uma grande segurança defensiva com Manuel Pinto e Joaquim Jorge - os dois centrais - em grande plano, os quais vêm a ser ambos "internacionais A" nessa época. Também, de salientar, o guarda-redes Rodrigues que tinha vindo do Juventude de Évora, uma época antes, a fazer a sua primeira época como titular. A equipa-tipo do Vitória 68/69, que deve ser registada para a história pelo 3º lugar alcançado, foi: Rodrigues; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Daniel; Artur, Peres e Augusto; Zézinho, Manuel e Mendes. Na segunda volta, há uma clara subida da equipa que só perde dois jogos: Porto-2 / V.Guimarães-1 e Belenenses-1 / V.Guimarães-0. Este jogo do Restelo, a três jornadas do fim, ficou registado na história vitoriana, porque não era de perder e se a derrota não tivesse acontecido, o Vitória poderia ter sido campeão. Em Guimarães vence o Benfica por 2-0 e o Sporting por 2-1 e para alegria dos sócios, o Braga por 5-0. No final do campeonato a classificação é a seguinte: 1º Benfica-39; 2º Porto-37; 3º V.Guimarães-36; 4º Setúbal-35 e 5º Sporting-30. Joaquim Jorge vence o trofeu "Somelos-Helança", organizado pelo jornal "A Bola", para o melhor jogador nacional. Mas a notícia mais importante só seria confirmada no final do campeonato: A UEFA alterava as competições europeias e os melhores classificados dos nacionais dos diferentes países iam disputar a Taça das Cidades Europeias. O V.Guimarães como 3º classificado do nacional, estaria na próxima época nessa nova Taça europeia. Era o fim da longa caminhada para a Europa. Em Andebol, a equipa de Juvenis chega à final da Taça nacional, Póvoa do Varzim. Perde (10-12) com o Belenenses e é a grande desilusão. Dinis Monteiro e José Sampaio são chamados à Selecção Nacional de Juniores como grandes esperanças da modalidade.


1969/70
O técnico, inicialmente era Gilberto Giba, um brasileiro que adoeceu no primeiro mês do campeonato, sendo substituído por Fernando Caiado. Jorge Vieira havia regressado ao Brasil. Apenas Gualter havia sido transferido, para o F.C.Porto, num negócio envolvendo dinheiro e Bernardo da Velha que passou a representar o Vitória. Em Setembro de 69, o sorteio indicava V.Guimarães/Banik Ostrava como a 1ª eliminatória europeia a ser disputada pelo Vitória. Foi um clube da, hoje, Eslováquia (então Checoslováquia), perto de Bratislava o nosso primeiro adversário europeu. O primeiro jogo teve lugar em Guimarães num fim de tarde de Setembro e o resultado foi V.Guimarães-1 / Banik Ostrava-0, com um golo de Carlos Manuel. É importante registar a constituição da equipa com que o V.S.C. se estreou nas competições europeias: Roldão; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Silva; Artur, Peres e Augusto; Zézinho, Manuel e Carlos Manuel. O resultado não fazia admitir muitas possibilidades para a 2ª mão, mas após o resultado Banik Ostrava-0 / V.Guimarães-0, em Ostrava, o Vitória passa a eliminatória na sua primeira participação europeia. A 7 de Novembro de 69, o Vitória joga a sua Segunda eliminatória europeia com o Southampton (Inglaterra). A 1ª mão volta a ser em Guimarães e o resultado é V.Guimarães-3 / Southampton-3. Depois em Inglaterra, o resultado é Southampton-5 / V.Guimarães-1, e o Vitória é eliminado. O campeonato vai decorrendo normalmente, à 5ª jornada o Vitória vence a CUF (4-0), no dia da estreia de Torres, um jovem das escolas do clube e que vai ser titular quase toda a década, e à 8ª jornada, estreia-se Osvaldinho, outro jovem que será titular do Vitória, chegando nessa condição a internacional A. No final da primeira volta o Vitória está em 5º lugar, igual ao Porto e ao Belenenses. Na segunda volta o Vitória vence o Benfica por 2-1, e o campeonato termina com um V.Guimarães-1 / Porto-0, decisivo para a conquista do 5º lugar que dá novo apuramento europeu, esse jogo foi decidido com um golo de Mendes no último minuto. O Vitória cria ainda algumas esperanças na disputa da Taça. Nos quartos-de-final joga com o Benfica e vence a primeira mão por 2-0 em Guimarães, mas na Segunda mão perde por 1-4 e é eliminado. Nesta época, o Andebol do Vitória, agora em Juniores, alcança o 2º lugar no campeonato perdendo por muito pouco.


1970/71
O treinador contratado para esta época foi Jorge Vieira, o regresso tão esperado de um treinador que foi a principal promessa do novo Presidente Antero Henriques da Silva Júnior. O plantel vitoriano era claramente veterano, os seus principais jogadores eram titulares desde 62 e estavam no futebol da I Divisão desde a década de 50. O Vitória dispensou Manuel e Carlos Manuel (que havia já saído durante a época anterior) e contratou Gomes (guarda-redes), o brasileiro Ademir, a meio da época vieram Herculano, um central (ex-Setúbal) e Jorge Gonçalves que poderia ter sido a grande aquisição da época se não se tem lesionado gravemente logo no primeiro jogo. Os jogos europeus no início da época, não correram mal. Na 1ª eliminatória, o V.Guimarães eliminou o Angoulème (França) com uma derrota em França por 3-1, e uma vitória em Guimarães por 3-0 com golos de Bernardo da Velha (2) e Peres. Depois jogou com uma importante equipa europeia da época, o Hibernian (Escócia). Perdeu na Escócia por 0-2 e em Guimarães venceu por 2-1, sendo eliminado por uma margem mínima. Estava terminada a carreira europeia do Vitória, que só seria retomada nos anos 80. O campeonato começou logo mal, o Vitória só vence o primeiro jogo à 7ª jornada na Póvoa do Varzim (2-0) e na jornada anterior tinha perdido em casa (2-3) com o Setúbal num jogo com incidentes que provocaram a interdição do Estádio vitoriano. Na primeira volta só ganhou o mencionado jogo da Póvoa e termina em penúltimo, em posição de descida. Na Segunda volta, os maus resultados continuam e à 18ª jornada um empate em casa com o Leixões (0-0), provoca a demissão do técnico Jorge Vieira. O capitão Peres, que se encontrava lesionado, assume o comando da equipa. À 20ª jornada, o Vitória obtêm a sua segunda vitória nesse campeonato, de novo com o Varzim (3-0). Mas a situação não melhorou e a três jornadas do fim do campeonato parecia estar tudo perdido. Na antepenúltima e na penúltima jornadas o Vitória vence dois jogos em Guimarães, (1-0) ao Boavista e (1-0) ao Farense. E, por isso, vai na última jornada ao Porto para um jogo decisivo. O milagre acontece. O Vitória empata (0-0) e alcança o 12º lugar (19 pontos). Parecia ter sido mesmo uma dádiva divina, os jogadores Gomes e Augusto foram a pé agradecer à Senhora da Penha. Para registo a equipa vitoriana desse jogo: Gomes; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Osvaldinho; Bernardo da Velha, Artur e Augusto; Zézinho, Mendes e Ibraim.


1971/72
O inevitável tinha acontecido. A base de uma equipa não podia durar para sempre. A Direcção de Antero Henriques da Silva Júnior compreendeu perfeitamente a situação e tratou de construir uma nova equipa para 71/72. António Mendes "pé de canhão", um dos melhores jogadores de sempre do Vitória, saiu para ir treinar o Paços de Ferreira. Peres abandonou definitivamente e passou a secretário técnico. Foram ainda dispensados: Augusto, Bernardo da Velha, Zézinho, Herculano e Ademir. Foi contratado Mário Wilson que viria a ser treinador do Vitória em seis épocas nesta década, ficando assim a ser o segundo treinador, com mais anos no Vitória, só sendo suplantado por Alberto Augusto, o treinador dos anos 40. E vieram aquisições: Tito - o jogador mais caro, até então, adquirido pelo V.S.C. que pagou 500 contos ao U.Tomar -, Rodrigo, Romão, Hélder Ernesto e Custódio Pinto - irmão de Manuel Pinto e internacional A pelo F.C.Porto. Na 1ª jornada do campeonato, o Vitória vence por 2-0 o Barreirense em Guimarães e já joga com a equipa que seria a base dessa época: Rodrigues; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge e Osvaldinho; Custódio Pinto, Artur e Hélder Ernesto; Jorge Gonçalves, Tito e Ibraim. O campeonato não gera momentos de euforia mas, também, não há preocupações. Estava-se a construir uma nova equipa. Uma vitória no Restelo (1-0) e uma goleada ao Tirsense (7-1) em Guimarães foram os momentos altos de uma primeira volta em que o Vitória termina em 8º lugar. Na segunda volta, o Vitória melhora e tem um ponto alto quando ganha nas Antas ao F.C.Porto por 2-1 com dois golos de Jorge Gonçalves, e acaba por terminar em 6º lugar, classificação que seria a mais habitual ao longo da década. No Andebol, o Vitória volta a ser Vice-Campeão, perdendo desta vez para o Benfica, o título nacional. Registe-se a equipa que se tornou Vice-Campeã Nacional de Juniores, por duas vezes: Martins; Dinis Monteiro, Zé Sampaio, Carlos Henrique, Albertino, Ricardo Paredes, Jorge Pena, Peixoto, José Manuel, José Carlos Correia e Norberto. O técnico era Almor Vaz.


1972/73
A época 72/73 não oferece grandes novidades. A base de uma equipa estava constituída, Mário Wilson renova e saem Gomes, Joaquim Jorge - que terminava uma carreira de 7 épocas como titular vitoriano, onde chegara a internacional A - e Hélder Ernesto. É contratado Ernesto (ex-Tirsense), um médio. O campeonato 72/73 começa com um V.Guimarães-4 / Boavista-0, e o Vitória já joga com uma equipa-base que ao longo da época, teria poucas alterações: José Maria; Costeado, Manuel Pinto, José Carlos e Osvaldinho; Silva, Custódio Pinto e Ernesto; Jorge Gonçalves, Tito e Rodrigo (Ibraim). Mais tarde, quando de uma nova lesão de Jorge Gonçalves, surge Romeu - um jovem primo de Ibraim vindo de África - que viria a ser um dos melhores jogadores vitorianos da década. Em Setembro de 1972, o Vitória Sport Clube promoveu as comemorações do seu 50º aniversário. Integraram elas um seminário com comunicações sobre importantes problemas do futebol nacional, apresentadas por vários dirigentes desportivos nacionais e Hélder Rocha proferiu uma conferência sobre a história do Vitória Sport Clube. No campeonato, o Vitória, à 8ª jornada, ganhava pela Segunda época consecutiva nas Antas (2-1) - o ponto mais alto da primeira volta - que terminou em 5º lugar. A segunda volta decorreu da mesma forma e verificam-se as estreias de Romeu, Manafá (devido a lesão de Manuel Pinto) e Abreu um jovem vimaranense que se estrearia na penúltima jornada, no Montijo (1-1). O V.Guimarães terminava em 6º lugar. Nos finais de 72, o Vitória tinha um novo internacional júnior: Abreu, que viria a ser um dos mais importantes jogadores vitorianos de sempre. O Director-Geral dos Desportos, Valadão Chagas, entrega ao Vitória Sport Clube, a Medalha de Bons Serviços Desportivos.


1973/74
A época 73/74 não tem novidades. Mário Wilson é de novo treinador, não há aquisições nem saídas e Abreu, internacional júnior, é a única diferença pois fixa-se desde o princípio da época, como titular. A primeira volta decorre sem grandes resultados e o Vitória termina-a em 7º lugar. Na segunda volta, tudo na mesma com o Vitória a terminar a época em 6º lugar, um mês antes da Revolução do 25 de Abril de 1974. Revolução essa cujo interesse resulta do facto de não obstante as divisões que criou na sociedade Portuguesa, tais divisões se não terem sentido no Vitória que se manteve sempre uma estrutura apartidária e na qual podiam conviver e laborar em conjunto indivíduos das mais variadas ideologias políticas.


1974/75
A época 74/75 foi a melhor de toda a década e foi, indiscutivelmente, bem planeada pela Direcção presidida por António Manuel Rodrigues Guimarães. Mário Wilson continua como treinador, mas há importantes aquisições: Rui Rodrigues, Jeremias, Ramalho, Pedrinho, Almiro e Pedroto. Saíram Manuel Pinto - 12 épocas como titular vitoriano - Silva e Costeado. Ibraim transferiu-se para o Benfica. O campeonato começa bem e à 4º jornada o Vitória vence o Sporting em Guimarães por (3-2), vence depois em Olhão também por 3-2 e coloca-se em 1º lugar. À 8º jornada vai ao Porto em 1º lugar, e empata 1-1, é a total euforia só arrefecida com a derrota na Luz frente ao Benfica por 3-0. Ainda ganha no Atlético (4-1) e em Faro (5-2) terminando a primeira volta em 3º lugar. Osvaldinho é internacional A num Inglaterra/Portugal no Estádio de Wembley em Londres. Os adeptos acreditam que o Vitória vai regressar à Europa, para o que era necessário o 4º lugar. Na segunda volta, o Vitória começa a baixar, mas ganha em Guimarães 2-0 ao Porto e renovam-se as esperanças. A célebre equipa do V.Setúbal tinha caído com o 25 de Abril e o Vitória ganha em Setúbal (4-0). Na penúltima jornada o Vitória vence o Leixões por 3-0 e recebe o Boavista na última num jogo decisivo para o 4º lugar. Perde 1-2 e os sócios vitorianos contestam fortemente a arbitragem de António Garrido e o automóvel do árbitro é destruído fora do Estádio. O Vitória, nesse jogo, jogou com a sua equipa-tipo dessa época e que terá de ser recordada como a melhor da década e uma das melhores de sempre: Rodrigues; Ramalho, Rui Rodrigues, Torres e Osvaldinho; Pedrinho, Custódio Pinto e Abreu; Tito, Romeu e Jeremias. Apenas José Carlos terá sido mais vezes utilizado que Torres nessa época, e jogaram ainda em vários jogos: Ernesto, Pedroto, Almiro, Jorge Gonçalves e Alfredo. O Vitória disputou, ainda, dois jogos com o Porto para a Taça, 3-3 na Póvoa e 2-3 em Braga, sendo eliminado num novo modelo de Taça com dois jogos em campo neutro que não teve seguimento. Regista-se o único episódio de contestação a um Presidente do Vitória que pode ter tido na sua origem motivações de origem política. No chamado "verão quente de 75" a dita contestação parte, apenas, de um sócio e através da comunicação social, foi então convocada uma Assembleia Geral, por iniciativa de um grupo de sócios, para desagravo ao Presidente e expulsão do sócio acusador. A sessão dessa Assembleia caracterizou-se pela total confusão e em resposta, o Presidente António Rodrigues Guimarães declara não voltar ao Vitória. Numa segunda Assembleia Geral é aprovada a moção de desagravo ao Presidente, pelo que a Assembleia desloca-se a sua casa a pedir-lhe o regresso. Dias depois, António Rodrigues Guimarães é reconduzido na presidência do Vitória, com um elenco directivo do qual se destaca a presença de António Pimenta Machado, então um jovem com 25 anos e que anos mais tarde assumiria a presidência tornando-se no Presidente com mais anos de serviço prestado ao Vitória.


1975/76
A época 75/76 começou com um novo treinador e alterações significativas no plantel. Fernando Caiado regressa ao Vitória para treinador a saem Jeremias (negociado para Espanha com boas contrapartidas financeiras), Romeu para o Benfica e Custódio Pinto em fim de carreira. Entram Ferreira da Costa, Rui Lopes e Abel. Na primeira jornada o Vitória empata (2-2) com o Belenenses em casa e os restantes resultados desse campeonato são contraditórios: vitória em Faro por 3-0, derrota em casa com o Benfica (1-2), nova vitória no Barreiro (2-0) com a CUF que estava a desaparecer como clube da I Divisão, depois ainda empata nas Antas (1-1) e vence em Coimbra a Académica por 2-1. A duas jornadas do fim do campeonato o Vitória vence o Porto em Guimarães por 2-1 e fica em 5º lugar à frente do clube das Antas e acredita-se na Europa, mas, logo a seguir, uma derrota em Tomar por 3-0 e um empate na última jornada com a Académica (3-3) em casa determinaram mais um 6º lugar e a não ida à Europa pelo campeonato. Mas o Vitória ainda estava na Taça, e com jogos a uma mão, nos quartos-de-final elimina o Porto (2-1), e nas meias-finais o Sporting (2-1), neste último com golos de Ferreira da Costa e Abreu. A final da Taça jogou-se no Estádio das Antas com um V.Guimarães-1 / Boavista-2. Uma vez mais, como tinha sucedido um ano antes, em Guimarães, com uma arbitragem muito criticada de António Garrido. O que poderá ter levado o Conselho de Arbitragem, depois dos incidentes do V.Guimarães/Boavista de 74/75, a voltar a nomear esse árbitro para um jogo decisivo entre as duas equipas é algo que permanecerá para sempre insolúvel nos espíritos mais imaginativos. Para registo, a equipa do Vitória que jogou a final: Rodrigues; Alfredo, Rui Rodrigues, Torres e Osvaldinho; Ferreira da Costa, Almiro e Abreu; Pedrinho, Tito e Rui Lopes. O golo do Vitória, o primeiro em finais da Taça de Portugal, foi marcado por Rui Lopes. Neste ano de 76, é criada a Secção de Voleibol feminino no Vitória.


1976/77
Para a época 76/77, Fernando Caiado renova o contrato de treinador, Rui Rodrigues regressa à Académica e Abel é dispensado. O Vitória contrata Celton (ex-Gil Vicente) e Mário Ventura(ex-Famalicão), um jogador de grande capacidade técnica. Na primeira jornada o Vitória desloca-se ao Atlético e vence (2-0), mas a primeira volta é negativa, à 9ª jornada o Vitória perde com o Benfica na Luz (0-1) e cai nos últimos lugares. A seguir ganha (3-0) ao Varzim e melhora, mas acaba a primeira volta em 10º lugar. Na segunda volta, a situação melhora um pouco e à 26ª jornada, depois de uma derrota em Portimão (1-2), há um jogo decisivo em Guimarães, V.Guimarães/Leixões, jogo que o Vitória vence por 2-0 com dois golos de Tito e o sossego volta. Na última jornada o Vitória perde, nas Antas, com o Porto por 2-4 e joga com: Barreira; Ramalho, Celton, Torres e Osvaldinho; Ferreira da Costa, Almiro e Pedroto; Abreu, Mário Ventura e Tito. Fica, no final do campeonato, em 9º lugar.


1977/78
A época 77/78 é organizada com cuidado. Mário Wilson regressa para treinador e há aquisições: Mané (ex-Boavista), Melo (ex-Belenenses, guarda-redes), Romeu que regressa do Benfica onde não se tinha afirmado e Soares (ex-Beira-Mar). Na primeira jornada o Vitória vence o Espinho (2-1) em Guimarães, na segunda o Portimonense em Portimão (2-1) e à quinta, depois de ter vencido o Braga (2-1) em Guimarães, o Vitória está em 1º lugar. À 10ª e 11ª jornadas, ocorre uma história inédita no futebol português: uma greve de árbitros que obriga a que os encontros Riopele-1 / V.Guimarães-2 e V.Guimarães-1 / Sporting-1 fossem arbitrados por Mário Barreiros e João Baptista, dois sócios do Vitória que tinham sido árbitros. No final da primeira volta, o Vitória estava em 4º lugar. Na segunda volta há uma efectiva crise, o Vitória só ganha ao Setúbal e ao Portimonense e no final do campeonato, fica classificado em 6º lugar, a classificação de quase todos os campeonatos do Vitória de Mário Wilson.


1978/79
A época 78/79 vai ver Mário Wilson manter-se como treinador. Saem em fim de carreira dois jogadores que muito tinham marcado o futebol do Vitória das últimas épocas: Osvaldinho e Tito. Osvaldinho tinha chegado a Guimarães em 64 e foi titular de 69 a 78 (dez épocas consecutivas); Tito chega a Guimarães em 71 e é titular até 78 (oito épocas), tendo sido o jogador que mais golos marcou com a camisola do V.Guimarães da história vitoriana, em todos os nacionais. Deixam o Vitória ainda, Pedrinho, Celton e Mário Ventura. Jeremias regressa depois de três épocas no futebol espanhol e entram ainda Manaca (ex-Sporting) e Mundinho. Na 2ª jornada vence ao Boavista por 3-0, o campeonato decorre dentro da normalidade da década e no final da primeira volta, o Vitória está em 7º lugar. Mário Wilson acumula as funções de treinador do Vitória com as de Seleccionador Nacional e há várias críticas sobre as suas ausências de Guimarães. A equipa mais utilizada nesta época foi: Melo; Ramalho, Manaca, Soares e Alfredo; Pedroto, Abreu e Almiro; Romeu, Jeremias e Mundinho. Foram ainda utilizados, em muitos jogos: Torres, Vicente, Dinho, Ferreira da Costa e Mané. Na segunda volta desse campeonato, a situação melhora um pouco, mas depois de uma vitória em Aveiro (4-2) onde o Vitória chega ao 4º lugar, há uma interdição do Estádio e o Vitória acaba o campeonato a disputar o 4º lugar com o Sp.Braga. Na 27º jornada, em Guimarães, joga-se um V.Guimarães-0 / Braga-1 e é a grande desilusão. Mário Wilson é despedido e realiza-se uma Assembleia Geral na qual se determina que ele nunca mais poderia voltar a treinar o Vitória. O Vitória termina esse campeonato no habitual 6º lugar. No Voleibol feminino, a atleta do Vitória Ivone Ferreira chega a internacional Júnior, sendo considerada a jogadora mais regular da Selecção.


1979/80
A última época desta década de 70 leva a algumas reformulações no plantel vitoriano. O argentino Mário Imbelloni é o novo treinador, há vários jogadores que saem do clube: o guarda-redes Rodrigues que termina uma carreira em que é titular vitoriano desde 68 a77 (nove épocas), Torres que vai para o Varzim, Pedroto para o Marítimo, Romeu agora para o F.C.Porto, Soares, Mané e Jeremias. Mas também entram vários jogadores que se mantiveram várias épocas no Vitória: Joaquim Rocha, Gregório Freixo, Vítor Manuel, Tózé e Festas. Na 1ª jornada, o Vitória empata no Bessa (0-0) e na 2ª vence o Espinho, em casa 1-0, à 8ª empata com o Porto, em Guimarães (0-0) e, ainda, não sofreu golos em Guimarães. A equipa que acaba por ser mais titular ao longo do campeonato é: Melo; Ramalho, Manaca, Tózé e Gregório Freixo; Ferreira da Costa, Abreu e Almiro; Joaquim Rocha, Mundinho e Vítor Manuel. Mas jogam igualmente: Festas, Alfredo, Vicente e Dinho. Na segunda volta o Vitória perde, em Guimarães com o Boavista (1-3) e vence em Portimão (5-4) num grande jogo de Mundinho, à 20º jornada empata com o Benfica (0-0) em Guimarães e ocupa a 6ª posição. A 10 de Março de 1980, é eleito Presidente do Vitória Sport Clube, o Dr. António Alberto Coimbra Pimenta Machado, vai começar uma nova era no V.Guimarães. Estava-se já próximo do final de época, mas três jornadas após a entrada da nova Direcção o Vitória perde (0-1) em casa com o Beira-Mar e o treinador Mário Imbelloni é despedido. O preparador físico Cassiano Gouveia toma conta da equipa e há notáveis melhorias: o Vitória ganha dois jogos fora em Leiria e em Belém, ambos por 4-1 e só perde um jogo em Guimarães, decisivo para a conquista do título pelo Sporting, com um auto-golo de Manaca. A época termina com o Vitória classificado, uma vez mais, em 6º lugar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Já repararam na quantidade de interdições do nosso estádio?!!? Eternamente gamados, essa é que é a verdade, como pode um povo tão cordato e sereno ter provocado tamanhas avarias?!!? Uma cabala é o que isto tem sido... ;-)

Anónimo disse...

E que grande Cabala!!!! Somos uns injusticados...

Eu acho que ja e genetico. Passa de pai para filho!!

Anónimo disse...

estou confuso...lol..

Anónimo disse...

Acho que é melhor editar o livro, e ler isto antes de me ir deitar...
Porque no horário de expediente, é-me impossível!!

De qualquer modo, fica a boa ideia, a saudação e as devidas congratulações ao ilustre, por mais um momento de cultura, história e de bom gosto.

Anónimo disse...

E o Mazzola?!
Ninguém fala do velho Mazzola?!

A mim, não me convencem...

Anónimo disse...

Ó colega tu pensas que no estrangeiro não se trabalha? Como é que vou ler isso tudo?
Faz aí um resumo faz favor...

Anónimo disse...

Somos os maiores...