O triunfo dos porcos

A frustração é um mal que já não tem cura.

Há homens e jabardos com aspiração a serem porcos, mas o seu cheiro já é tão pestilento que os corruptos lhes atiram a lavagem de longe para que eles sempre servis se deliciem na merda em que chafurdam. Nunca entendi muito bem se é do peso da gordura ou apenas uma questão de falta de carácter.

Também é necessário ter lata, falta de vergonha e sobretudo pensarem que todos nós somos burros. Tentam vender-nos paleios de putas armadas em raparigas honestas, como se não soubéssemos que já atacaram nos mais escabrosos bordeis. Roubaram, vigarizaram durante toda a vida, mas há sempre, não sei a troco de quê, quem lhes ofereça os préstimos para iludir a atenção dos menos atentos. Não sei se isto é falta de vergonha ou apenas estupidez.

Hoje não restam dúvidas de que pequenos clubes foram verdadeiramente assaltados por gente sem escrúpulos. Crescem as urbanizações à volta dos estádios, edificadas em terrenos que antes pertenciam aos clubes, mas que deixaram de pertencer logo que edificados sem se conhecer o rumo do dinheiro. Abandonam os clubes depois de muito bem espoliados de todas as contas bancárias e até há administradores, grandes amigos de certos escribas, com a lata de depositarem letras do clube na sua conta pessoal, abrirem contas em Espanha com dinheiro subtraído à agremiação e continuam armados em santos.

È por causa de gente como esta que existem casos como o do Salgueiros, porque há sempre gente que se põe a jeito. Cá por mim acabava já com esta merda toda e paleio de puta ressabiada. Não esperava nem mais um dia para entregar no Ministério Público toda a prova da grande vigarice. Talvez a vigarice do século.

Perdoem-me este desiderato, que para já tem um caminho muito pouco definido, mas se for necessário volto por um caminho mais directo para denunciar o “Triunfo dos porcos”.