Um pouco de História...

Do Lumiar ao Dragão vão 72 anos e 23 títulos de campeão nacional do F. C. Porto. O F. C. Porto sagrou-se campeão pela 23.ª vez ao bater o Estrela da Amadora e comemorou o 15.º título na "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta" cidade do Porto, de que é um dos baluartes. Lisboa, por quatro vezes, Torres Vedras, Aveiro, Guimarães e Penafiel também foram palcos da afirmação do dragão. O F. C. Porto nunca celebrou um título tão cedo - a cinco jornadas do fim. O único pentacampeão do futebol português pode voltar a fazer história se conseguir bater o recorde do Benfica, campeão em 1972/73 com 18 pontos de vantagem.

1934/35 – O PRIMEIRO

O 1.º Campeonato da Liga decidiu-se na última jornada, a 12 de Maio de 1935, num Sporting-F. C. Porto, no Estádio do Lumiar. Os dragões tinham mais dois pontos do que os leões, batidos no Porto por 4-2. Uma vitória sportinguista por 2-0 igualava as equipas em pontos e no confronto directo, a primeira fórmula de desempate. O regulamento não era claro quanto às seguintes. Uns defendiam o goal-average total - o F. C. Porto tinha mais quatro golos -, mas outros aplicavam a forma prevista se acabassem empatadas mais de duas equipas dividir o número de golos marcados pelo número de sofridos. Com tantas dúvidas, e mesmo sem Pinga - baixa de última hora por doença -, o F. C. Porto empatou no Lumiar, a dois golos. Esteve a perder, mas deu a volta ao resultado, com golos de Nunes e Lopes Carneiro. A festa começou em Lisboa e os jogadores tiveram uma recepção apoteótica à chegada à Estação de São Bento. Soares dos Reis, Avelino, Jerónimo, Nova, Álvaro Pereira, Carlos Pereira, Lopes Carneiro, Waldemar, António Santos, Carlos Mesquita e Nunes foram os heróis do Lumiar.

1977/78 – O MESTRE ACABA COM O JEJUM

A 11 de Junho de 1978, com José Maria Pedroto como treinador principal e Pinto da Costa na chefia do futebol, o F. C. Porto pôs fim a 19 anos de jejum na última jornada, com onda de loucura colectiva a espalhar-se pelos quatro cantos da cidade. Empatado em pontos com o Benfica, mas com um goal-average largamente favorável, o F. C. Porto goleou o Braga - 4-0, com golos de Oliveira, Octávio e Gomes (2) -, num superlotado Estádio das Antas, e festejou o regresso aos títulos.

1984/85 – REI ARTUR

Pedroto não resistiu o tempo suficiente à doença para festejar o regresso aos títulos. Minado pela doença, o "mestre" aconselhou Pinto da Costa, já presidente do F. C. Porto, a contratar Artur Jorge como seu substituto. O tempo deu razão ao mestre, falecido a 7 de Janeiro de 1985, pois os portistas sagraram-se virtuais campeões à 27.ª jornada, a 12 de Maio de 1985. O F. C. Porto goleou o Belenenses, por 5-1, e fez a festa ao beneficiar do empate do Sporting em Vila do Conde (1-1). Foi a primeira vez que os portistas não precisaram de esperar pela última jornada para celebrarem o título

1996/97 – O PRIMEIRO “TRI” FOI EM GUIMARÃES

O terceiro título consecutivo foi virtualmente conquistado a 17 de Maio de 1997, com uma goleada em Guimarães (4-0), na 31.ª jornada. António Oliveira entrava para a história do clube como técnico do tão sonhado tricampeonato, depois de ter falhado esse objectivo enquanto jogador.

1998/99 – O PENTA EM ALVALADE

Fernando Santos foi o "engenheiro do penta", que os portistas começaram a festejar pelas ruas do Porto e em Alvalade antes do início do jogo com o Sporting (1-1), a 22 de Maio de 1999, na 33.ª e penúltima jornada. Os dragões garantiram virtualmente o penta, entrando para a história do futebol português, na sequência do empate do Boavista em Faro (1-1).

2002/03 – O ADEUS ÀS ANTAS

José Mourinho prometeu e cumpriu. O F. C. Porto foi campeão, após três anos de jejum, o período mais longo na presidência de Pinto da Costa. Os dragões não desperdiçaram a hipótese de festejar o título à 30.ª jornada, a 4 de Maio de 2003. No dia anterior, o Sporting foi ganhar à Luz (2-1) e deixou via aberta para o título aos portistas, que fizeram a festa ao golearem o Santa Clara por 5-0. Foi o último título festejado no Estádio das Antas, pois ao lado nascia o Estádio do Dragão.