segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O texto da polémica que não passou do Mário Crespo para o Jornal de Notícias


PALHAÇO

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco.
E diz que não fez nada.
O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso.

O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes.
Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si.
O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos.
Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos.
E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa.
O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos.
O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.
O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém.
Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem.
O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público.
E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal.

Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço.

Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço

12 comentários:

Sá Rocha disse...

Um pouco forte!
Ate compreendo que o JN nao quisesse o artigo no seu jornal.

jm disse...

Não é este o texto censurado ao Mário Crespo, caro Amil. O texto censurado é o que aparece em último lugar nó post que publiquei. Curiosamente também publiquei este texto mas não sei quem é o autor... Abraço

Amil disse...

hmmm... tens a certeza disso?
Foi uma "fonte segura", mas vou averiguar.

Sami, se este é mesmo o texto que não foi publicado tenho uma coisa a dizer. O JN ou outro jornal qualquer, a partir do momento que contrata seja quem for para publicar artigos de opinião, desde que estes assinem e não se encubram em siglas ou outra coisa qualquer o responsável desses mesmo textos é o autor, certo? Se tiver assinado e o ofendido quiser "tirar de esforço" poderá faze-lo da maneira que melhor entender. Seja em tribunal ou numa esquina. Para isso é que se assina.

Ora vê lá se o Ricardo Araújo Pereira deixou de publicar na Visão (e mais esta está impregnada de PS´s) os seus artigos de opinião que quase semanalmente chega, e forte no "teu" Sócrates?

A diferença é que, um além de ser assumidamente de esquerda, é um comediante, logo tem uma margem de tolerância que mais ninguém tem, o outro como "supostamente" é de direita e é pivot de uma televisão, está bem FDD porque não pode dizer o que quiser.

Não desculpes o indesculpável. Até parece mal...

Anónimo disse...

Mas tb fica mal ao Mário Crespo andar a dizer estas "baboseiras" em praça publica!!
Td pq ouviu s uma conversa num restaurante, q nem sequer s sabe bem o q foi dito...

E o pior, é q o Mário Crespo tem mais d s indignar e lutar contra aqueles q s curvam perante o PM, como fez o editor do JN e o Nuno Santos da SIC, do q propriamente contra o PM.

Pq pior do q quem manda, é aquele q obedece. Um director d programas e um director d um jornal q compactuam com a asfisxia e a censura.

Sá Rocha disse...

Meu Socrates???

Nao votei nele (desta vez) e acho que ja tinha mais que motivos para se demitir.

So acho que um texto destes (ainda por cima baseado no manifesto anti-dantas) nao tem qualidade para aparecer como ARTIGO DE OPINIAO. Isto nao eh um artigo de opiniao... isto eh algo, a meu ver, bom para um comediante ou blog. Nao para um jornal serio. Foi so isso. E claro que o editor se reserva ao direito de escolher o que eh editado ou nao no jornal. Acho isso obvio.

Com isto nao digo que nao existisse mao do socrates, nao sei se existiu ou nao. Mas tb eh obvio que ele esta implicado noutros casos contra liberdade de imprensa e de opiniao. Casos gravissimos a meu ver. E os tais que ja exigiam uma demissao dele.

jm disse...

Não é este o texto censurado!!! O texto censurado tem o título "Fim da linha", não haja confusões...

Amil disse...

Então peço desculpa aos ilustres e não quero de todo colocar palavras na boca, ou na caneta do Mário Crespo. No entanto quero felicitar o autor deste texto, até a data desconhecido.

Claro que ao principal visado, o palhaço, a esse não lhe devo coisa nenhuma.

Nuno disse...

Cuidado que Sócrates se vê este blog ainda nos vai porcessar...

DUXXI disse...

E ñ teríamos nós aqui um ditador à altura do Socrates?!!!

Aqui só se censura comentários de má fé sobre o Dr. Pimenta Machado!!

DJ Olex - Evita a caspa disse...

É... o Dr. Pimenta Machado, o Eng. Sócrates e a Mestra Isabel Alçada... Estão bem uns para os outros.

Agradeço que a partir do dia de hoje se refiram a mim como Capitão oLex.
Gosto do título!

Nox disse...

Parabéns Capitão Olex!!!!!!!!!!!!

DUXXI disse...

Como o Capitão Roby?!!!!

E eu sou o "all mighty DUXXI"!!