sexta-feira, 29 de outubro de 2010

QUANTO?


Capital da Cultura 2012 reduz vencimentos

Presidente da Fundação e dois vogais executivos auferem vencimentos brutos acima dos 12500 euros mensais, a que juntam carro, telemóvel e senhas de presença, que variam entre 300 e 500 euros.

A Câmara de Guimarães anunciou hoje, sexta-feira, que a Comissão de Vencimentos da Fundação criada para a Capital da Cultura 2012 vai "ponderar a conjuntura nacional e as decisões tomadas para contenção do défice, repercutindo-a na grelha de vencimentos".
O presidente da Câmara, o socialista António Magalhães adiantou, em comunicado, que a Comissão a que preside "não deixará de efectuar a ponderação da situação que o país atravessa, reflectindo-a nos vencimentos" auferidos pela presidente da Fundação Cidade de Guimarães e pelos dois vogais da direcção do organismo.
A posição do autarca surge na sequência das críticas feitas pelo deputado do PCP, Agostinho Lopes, eleito pelo círculo de Braga, que considerou "escandalosos" os vencimentos auferidos pela presidente da Fundação, Cristina Azevedo (14300 euros brutos mensais) e pelos dois vogais executivos (12500 euros/mês).
A Fundação foi criada para preparar as iniciativas "imateriais" da Capital Europeia da Cultura que decorre na cidade em 2012.
Em declarações à Lusa, Agostinho Lopes disse que vai questionar, em requerimento no parlamento, os ministérios das Finanças e da Economia sobre o assunto, lembrando-lhes "a crise económica que grassa no Vale do Ave, onde a taxa de desemprego atinge os 15%".
"Além do vencimento chorudo a Presidente ainda tem direito a uma senha de presença de 500 euros por cada reunião do Conselho Geral (300 euros para os restantes vogais), a carro e telemóvel", lamentou o deputado, para quem, "o poder político socialista perdeu a vergonha".
No comunicado sobre o assunto, a Câmara de Guimarães diz que os vencimentos dos membros do Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães se justificam dado que "a Capital Europeia da Cultura é um desígnio nacional e de grande relevância para a afirmação e desenvolvimento da cidade e da região à escala europeia".
"Com vista ao desenho do modelo de remunerações da Fundação, a Comissão de Vencimentos, por mim encabeçada, levou a cabo aturada pesquisa e confrontação com valores estabelecidos em projectos semelhantes", refere António Magalhães.
Acrescenta que "foram recolhidas indicações sobre os vencimentos pagos aos responsáveis por outras capitais europeias, nomeadamente realizadas em Portugal, e feita a ponderação com base no tempo de mandato que, nestes exemplos, são mais prolongados".
"Também foram tomadas em consideração as especiais responsabilidades da Fundação na organização do modelo de financiamento do projecto de Guimarães 2012", acentua, sublinhando que os valores que propôs à Comissão de Vencimentos, "descontando o tempo decorrido, são bem inferiores às referências encontradas e plenamente justificados pelo grau de complexidade imposto por uma iniciativa de que se esperam frutuosos resultados em tão curto espaço de tempo".

FONTE: JN

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