A corrupção não tem côr...

O futebol anda triste.

Abrem-se os jornais e nada de novo. Falta aquele espírito belicoso que Valentim Loureiro e Pinto da Costa sempre emprestavam às coisas e aos negócios. Toda a gente diz que o futebol tem de mudar. Que venham os nobres, as cortes e os bobos e façam a festa. Emprestem ao cenário uma cor diferente.

Não basta dizer-se que é necessário mudar, é preciso apresentar projectos de mudança. É necessário sentir-se oposição.Onde está a oposição aos corruptos e à batota no futebol? Olho para todos os lados e só vejo Luís Filipe Vieira, com um discurso cansado e solitário a erguer a nova bandeira. Será o presidente do Benfica uma pessoa tão credível, um anjo que faça sacudir o pó branco e erga a voz para dizer: A partir de agora, vou ser eu a mandar. Mesmo que Vieira fosse um sujeito acima de todas as suspeitas, ninguém quer mudar só por transferência do comando. São necessárias ideias novas e uma nova ordem e essa não se vê nem se descortina.

Os suspeitos meteram a viola no saco e os outros, meteram-se no saco e permanecem escondidos à espera que Maria José Morgado resolva situação. Filipe Soares Franco, nada tem a ver com o Apito, mas o comboio de Alvalade tem apitado para outros lados. O seu silêncio é cúmplice e esconde outros negócios. Em Alvalade não se vive o sindroma do Apito, mas a suspeita calou outros protagonistas. Ribeiro Teles que tanto gosta de palco, meteu a viola no saco depois do caso João Pinto, assim como Freitas, que para mal dos seus pecados não fez mais negócios. Talvez porque para o Sporting, o objectivo são mesmos os negócios. As vitórias podem vir por acréscimo e a gestão do futuro é mesmo futurista.

O pardalito, tem andado escondido porque tem medo que o metam na gaiola, o passarão do seu pai, deixou o xadrez e procurou os subterrâneos do Metro para os seus desabafos depois de ter pedido que gostaria de ser julgado, enquanto que por outra via metia salvo conduto para não colocar aos pés em tribunal.

O Pinto não abre bico. Não “pia, nem não, nem sim, nem nim. Está na frente e espera que ninguém incomode o seu namoro com a brasileira Lisa, a nova ex-alternadeira, não do Calor da Noite, mas da Taberna do Infante, que e prepara para lhe fazer a vida negra, ou oferecer-lhe a transferência para uma solução de vida com um futuro no Brasil, quiçá a presidente do Corinhtians Alagoano, quando a Morgadinha mostrar que lhe quer ferrar as unhas.

Hermínio, o falcão que veio da política, depois de muitas promessas, segue a velha táctica: não incomodo para não me incomodarem. Nunca a Liga foi tão inócua. Nem no tempo de Damásio. O homem que já fez boxe, tal como Tony Balboa, espreita a oportunidade de cravar as garras na FPF, mas não passa de um falcão domesticado e de cabeça embuçada que só assume o seu instinto de predador quando do dono o deixa descobrir a careca.

Madail, está de malas feitas e não quer que ninguém o incomode até assumir o seu lugar ao lado de Platini. Sempre são 5 mil “mocas” por mês, mas até lá, não pode fazer ondas nem criar mossas.

Mas que falta faz aqui Pimenta Machado par arejar o ambiente e espicaçar as hostes.

Digam lá se o futebol está ou não triste. A corrupção e o medo não têm cor.