segunda-feira, 14 de maio de 2007
ESTAMOS DE BOLTA CARAGO (desculpem mas não resisti a pôr outro post)
"Toural é a nossa Cova da Iria"
A cidade esteve toda em festa, com milhares de pessoas nas ruas A festa vimaranense começou em Gondomar. Manuel Cajuda foi abraçado por todos
Quando o autocarro que transportava a equipa do Vitória de Guimarães chegou ao Largo do Toural, perto das 21 horas, depois de uma viagem desde Gondomar, foi envolvido por uma mola humana em delírio. "Nunca vi o Toural assim", confessava, emocionado, Manuel Correia, "vitoriano até morrer".
Bandeiras do clube e da cidade, gritos de "Cajuda, olé", vivas ao Vitória, música e fogo de artifício, pontuaram a chegada da comitiva à festa vitoriana, num domingo 13 de Maio que não deixará de ser recordado com fervor religioso, principalmente pelos adeptos e simpatizantes, que, a meio da tarde de ontem - mal se desenhou o triunfo do clube em Gondomar e a derrota do Rio Ave em Olhão - encheram o Largo do Toural para a festa desejada ao longo de um ano.
O simbolismo da data não passou ao lado, não só dos fiéis adeptos, mas também dos dirigentes. E no meio da massa em delírio, que em poucos instantes tomou conta do Largo do Toural (a poucos metros da muralha com a inscrição "Aqui Nasceu Portugal"), alguns fervorosos já vaticinavam uma nova "peregrinação" em anos futuros, a 13 de Maio. "O Toural é a nossa Cova da Iria", atirou António Mendes.
A cidade, que durante um ano se tornou mais apática com a descida, e que lentamente se foi habituando à ideia de ter o seu clube na Liga de Honra, rejubilou, explodiu de alegria. "Foi um ano à espera disto", desabafava José Maia. Uma "subida merecida", fruto de muito esforço e dedicação, que coloca o Vitória de Guimarães no "lugar que lhe pertence por direito", como sublinhou o presidente da Câmara, António Magalhães. "Terminou o sofrimento", sintetizou Pedro Xavier, presidente da Assembleia Geral do clube.
A massa associativa vitoriana, na hora dos festejos, surge na primeira linha dos elogios, por não ter desarmado no incentivo, por ter continuado a encher os estádios no apoio à equipa. "O Vitória é único", sustentava, emocionado, António Almeida. "Isso viu-se nesta via-sacra que foi a descida e a passagem pela Liga de Honra, com o apoio de milhares de vitorianos".
Ao longo da época, o Guimarães provou que é um clube único no que diz respeito à massa associativa. Quase 50 anos depois de ter jogado, pela última vez, na 2.ª divisão, os vimaranenses regressaram este ano ao escalão inferior, mas nem por isso os adeptos se divorciaram da equipa. Bem pelo contrário. Estabeleceram recordes sucessivos de assistência na Liga de Honra e tornaram-se num dos principais protagonistas desta subida, juntamente com Manuel Cajuda. O técnico, que chegou à Cidade-Berço quando muitos já não acreditavam, encheu de confiança um grupo de jogadores de qualidade, mas sem chama, e conduziu-os ao sucesso. E, no próximo fim-de-semana, o Estádio do Mar e o Estádio D. Afonso Henriques encherão, certamente, para celebrar os novos heróis e dar uma ajuda na decisão que falta: saber quem conquista o título de campeão da Liga de Honra.
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1 comentário:
«Recordo-me de ter vivido em Guimarães momentos dos mais alegres de toda a minha vida futebolística e ela já não é muito curta. Lembro-me que no último jogo já não me sentia em Portugal mas sim em Inglaterra, porque ver vinte e sete mil pessoas na bancada a gritar a uma só voz pelo seu clube não é normal em Portugal.»
by Manuel Cajuda aka "o milagreiro"
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