A recente visita de Estado do nosso Primeiro à Rússia, levantou algumas questões que, a meu ver, ainda se encontram fragilizadas desde a Guerra Fria, e que, no entanto, o anfitrião Vladimir Putin aproveitou para esclarecer incitando algumas palavras de ordem e, de certo modo, num tom de ameaça.
A recente renovação de um míssil anti-aéreo por parte dos russos, relembra-me da célebre e nunca extinta corrida ao armamento atómico protagonizado pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética nos finais da segunda Guerra Mundial. Esta inovação russa, poderá ter causado uns calafrios na administração Bush, numa altura em que toda a Europa parece invadida de bases militares norte-americanas para uma salvaguarda de possíveis ataques nucleares provenientes do Irão.
No entanto, Putin não se ficou por aqui. Esclarecendo alguns pontos difundidos pela propaganda americana anti-soviética/comunista em época da Guerra Fria.
Quando George Bush, em todo o seu poderoso esplendor reclama da constante violação dos direitos humanos na Rússia por parte dos governantes, Putin, relembra que na América há estados que ainda aprovam a pena de morte como meio de praticar o bem e a justiça perante a comunidade. Para Putin, este facto também serviria para apontar à nação americana da violação dos direitos do homem executadas em terras do tio Sam.
Quanto à disposição europeia para receber bases e doar localizações militares estratégicas para os norte-americanos, Putin relembra a afamada crise dos mísseis em Cuba, durante a Guerra Fria. Foi, de facto, um episódio em que os americanos a encararam como uma ameaça e, senão mesmo, um ultimato de um possível acto de guerra. Hoje, Putin compara esta actual situação, em que bases militares americanas situadas na Europa e, nas fronteiras com a Rússia, com a vivida então. Apesar de a administração Bush justificar estas localizações como estratégias para combater o terrorismo internacional, para salvaguardar a paz no mundo e como meio de combater possíveis ataques nucleares do Irão, Putin não consenta que possíveis ataques ao Irão apartir destas bases europeias tenham de passar por cima da cabeça dos russos, e um pequeno engano possa ser desastroso e, por ventura, desencadear um conflito mundial.
Se um novo cenário de bipolarização do mundo e, consequentemente, uma nova Guerra Fria renascer das cinzas, qual será o papel da Europa?
Na minha opinião, a Europa entrou com demasiada antecipação neste conflito. Antes de resolver doar espaços a interesses norte-americanos, a Europa deveria avaliar a sua posição, as suas opiniões internas e agir como uma força, e não como várias forças agindo cada uma pelos seus interesses. É lógico pensar que a Europa Ocidental se alie a Ocidente e o Leste Europeu se alie à sua ex-metrópole Soviética.
E Portugal? Como se situa nesta conjuntura um país que sempre se apresentou com a sua neutralidade?
Portugal, e naturalmente todos os restantes estados-membros europeus, tem a complicada situação de ser gerida pelo seu mais alto representante político vigente na data actual. Exemplo disso, é a Cimeira das Lajes, em que Durão Barrosos, contra tudo e contra todos, resolveu apoiar os interesses americanos numa possível ofensiva militar no Médio Oriente. Talvez por isso Durão Barroso tenha hoje a função que tem…
Hoje, vemos o nosso PM José Sócrates a admitir uma possível cooperação com a Rússia. Em relação a outros Estados Europeus, como os da Europa Central, Portugal não tem a dependência às ligações de gasoduto russas e, por ventura, poderá ganhar regalias por outros aspectos.
Em suma, América ou Rússia? Eis a questão!
A recente renovação de um míssil anti-aéreo por parte dos russos, relembra-me da célebre e nunca extinta corrida ao armamento atómico protagonizado pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética nos finais da segunda Guerra Mundial. Esta inovação russa, poderá ter causado uns calafrios na administração Bush, numa altura em que toda a Europa parece invadida de bases militares norte-americanas para uma salvaguarda de possíveis ataques nucleares provenientes do Irão.
No entanto, Putin não se ficou por aqui. Esclarecendo alguns pontos difundidos pela propaganda americana anti-soviética/comunista em época da Guerra Fria.
Quando George Bush, em todo o seu poderoso esplendor reclama da constante violação dos direitos humanos na Rússia por parte dos governantes, Putin, relembra que na América há estados que ainda aprovam a pena de morte como meio de praticar o bem e a justiça perante a comunidade. Para Putin, este facto também serviria para apontar à nação americana da violação dos direitos do homem executadas em terras do tio Sam.
Quanto à disposição europeia para receber bases e doar localizações militares estratégicas para os norte-americanos, Putin relembra a afamada crise dos mísseis em Cuba, durante a Guerra Fria. Foi, de facto, um episódio em que os americanos a encararam como uma ameaça e, senão mesmo, um ultimato de um possível acto de guerra. Hoje, Putin compara esta actual situação, em que bases militares americanas situadas na Europa e, nas fronteiras com a Rússia, com a vivida então. Apesar de a administração Bush justificar estas localizações como estratégias para combater o terrorismo internacional, para salvaguardar a paz no mundo e como meio de combater possíveis ataques nucleares do Irão, Putin não consenta que possíveis ataques ao Irão apartir destas bases europeias tenham de passar por cima da cabeça dos russos, e um pequeno engano possa ser desastroso e, por ventura, desencadear um conflito mundial.
Se um novo cenário de bipolarização do mundo e, consequentemente, uma nova Guerra Fria renascer das cinzas, qual será o papel da Europa?
Na minha opinião, a Europa entrou com demasiada antecipação neste conflito. Antes de resolver doar espaços a interesses norte-americanos, a Europa deveria avaliar a sua posição, as suas opiniões internas e agir como uma força, e não como várias forças agindo cada uma pelos seus interesses. É lógico pensar que a Europa Ocidental se alie a Ocidente e o Leste Europeu se alie à sua ex-metrópole Soviética.
E Portugal? Como se situa nesta conjuntura um país que sempre se apresentou com a sua neutralidade?
Portugal, e naturalmente todos os restantes estados-membros europeus, tem a complicada situação de ser gerida pelo seu mais alto representante político vigente na data actual. Exemplo disso, é a Cimeira das Lajes, em que Durão Barrosos, contra tudo e contra todos, resolveu apoiar os interesses americanos numa possível ofensiva militar no Médio Oriente. Talvez por isso Durão Barroso tenha hoje a função que tem…
Hoje, vemos o nosso PM José Sócrates a admitir uma possível cooperação com a Rússia. Em relação a outros Estados Europeus, como os da Europa Central, Portugal não tem a dependência às ligações de gasoduto russas e, por ventura, poderá ganhar regalias por outros aspectos.
Em suma, América ou Rússia? Eis a questão!
1 comentário:
Interessante este post mas dificilmente conseguiria expôr a minha opinião sobre um assunto que considero dos mais relevantes no panorama político da actualidade, assim fica aqui a sugestão de tal questão ser debatida condignamente no afamado mas aparentemente esquecido jantar do bigode...
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