Adeus e até jáPrecoce, imerecido, o adeus é também fingido e particularmente indiferente aos mais elementares princípios de justiça que ficou por fazer ao campeão português, o melhor, o mais dotado dos opositores e, seguramente, o mais apto de três horas e meia de futebol que ficou a dever um desfecho doce ao F.C. Porto, superior até em inferioridade numérica e apenas batido da marca de grande penalidade, pequena porção de relvado para onde o Schalke procurou conduzir o desenlace na incapacidade de se distinguir e distanciar em toda a extensão do terreno. Talvez por isso e por muito mais, o adeus não represente propriamente uma despedida, mas um simples até já.
Fulgurante, por vezes até asfixiante, a entrada portista justificava a geração da vantagem em pouco mais de uma dezena de minutos e um punhado de ensaios, que teve num cabeceamento de Sektioui o melhor exemplo e desempenho. Em poucos segundos, Neuer, o elemento-chave da eliminatória, negou o golo por duas vezes. Primeiro, numa saída arrojada e feliz a um remate cruzado de Lisandro, depois de assistido por Lucho, e, logo a seguir, no encontro inesperado com a bola, na sequência de um cruzamento de Bosingwa a que o marroquino parecia ter correspondido na perfeição.
A resposta ardente à derrota sofrida na Alemanha foi processada com inevitáveis oscilações de ritmo, especialmente marcadas pelos limites da natureza humana de uma máquina que depressa comprimira o opositor, arrumando-o em metade do espaço disponível. Algumas premeditadas, outras induzidas pela atitude dominadora e acelerada de um Dragão apressado, as mudanças de velocidade revelaram as melhores soluções na versão mais célere do assédio, condenado a obedecer às delongas de métodos alternativos.
A reentrada recuperaria o ritmo inicial, a cadência que melhor servia o campeão português e que mais o aproximava do golo, conforme Sektioui e Neuer fariam questão de voltar a provar. Outra vez de cabeça, depois de servido por Lucho, na sequência de um livre inteligentemente cobrado por Quaresma. Com uma defesa frequente no andebol e absolutamente rara nos relvados, o alemão interrompeu o esboço de uma comemoração adiada.
Foram precisos 86 minutos de tentativas e espera paciente para o golo acontecer, já para lá da expulsão de Fucile, que acrescentou a inferioridade numérica à desvantagem no marcador. E porque falar em golo é o mesmo que falar em Lisandro, fica fácil de atribuir a autoria do remate indefensável, desferido à meia-volta e ainda de fora da área.
Ao prolongamento foram dadas oportunidades mais do que suficientes para não acontecer e a decisão na marca de grandes penalidades poderia ter sido evitada ainda na primeira metade do tempo extra, quando Quaresma adivinhou o que ia na cabeça do adversário e se antecipou à defesa adversária. O problema foi Neuer, para não variar, o mesmo protagonista dos penaltis, matéria em que só permitiu o golo a Lucho numa especialidade, que, no entanto, esteve longe de assumir a condição de tira-teimas e apagar a inegável superioridade portista na soma dos 210 minutos de futebol jogado entre Gelsenkirchen e o Dragão, cujo público presenciou o décimo jogo do F.C. Porto em casa sem sofrer golos, totalizando 973 minutos de inviolabilidade de uma sequência iniciada há quatro meses, com a vitória sobre o Marselha, também em encontro da UEFA Champions League.
In
fcporto.ptPS: É certo que um Profissional não pode falhar um golo daqueles mas do Passado vive o Benfica...o F.C.PORTO vive do presente e do futuro. Há que levantar a cabeça e aplaudir estes meninos! Grande Atitude !