A merda é a mesma, só o cheiro é que é diferente.

Nem apitos dourados, nem encarnados e nem azulados vieram ajudar a dar um pouco de credibilidade a este nosso futebol. As pessoas olham, ouvem, lêem e desconfiam, porque nada é transparente. Está tudo na mesma, senão para pior.

Serve este exemplo para avaliar o caso de Bruno Alves.

Pelo que li, a agressão do jogador portista a Jorge Gonçalves do Leixões, vai ficar impune porque não vai haver sumaríssimo, pelo simples facto de que os árbitros viram o lance, muito embora em declarações a jornais estes tenham confessado que não viram e assim, ficamos sem saber a verdade.

Ontem, Pinto da Costa comparou o caso de Bruno Alves ao de Cardozo. Sem querer defender o jogador do Benfica, porque até acho que devia ter sido castigado pelo acto e não pela violência do mesmo, uma coisa não tem nada a ver com outra, até porque, neste caso, os árbitros disseram que não viram o lance. E perante tal quadro, penso que tenho o direito de perguntar onde ficamos afinal?

Bruno Alves não tem sumaríssimo porque os árbitros viram e Cardozo não teve sumaríssimo porque os árbitros não viram. Se não tivéssemos bem presentes na memória, todos os contornos do caso de José Mourinho e o rasgão na camisola de Rui Jorge e o caso da bota que Deco atirou a Paulo Paraty, só podíamos rir às gargalhadas e acreditar que é tudo gente honesta.

Perante tanta confusão e disparidade de opiniões e desculpas, todos temos o direito de pensar que continuamos afundados na mesma merda e só o cheiro é que mudou.

Para nos convencerem de que são um pouco honestos, basta que fizessem isto: Os árbitros viram e não sancionaram, têm nota negativa no relatório do observador e há meios pata fazer isso. Se os árbitros não viram, castigue-se Bruno Alves como aconteceu recentemente com Binya.