quarta-feira, 23 de abril de 2008

Novela jurídica!!

Este é o inicio de uma nova rubrica, de que este é o 1º exemplar ou episódio como preferirem, acerca de "estórias" que se passam em Tribunais Lusos e que nos fazem ir às lágrimas, umas vezes pela estupidez outras pelo estado vergonhoso a que chegou a nossa Justiça. Não posso assegurar a veracidade de todas estas pequenas "estórias" pois todas se basearão em relatos que me chegam aos ouvidos, por andar no "meio", ou em blogs jurídicos que criticam este ou aquele aspecto judicial através da denúncia de casos absurdos que vão sucedendo nos locais de administração da Justiça portugueses.

Dito isto aqui vai o 1º caso verídico (acho eu) retirado de um blog jurídico da nossa praça:




Exmos. Senhores:

Sou assentador de tijolos. No passado dia 8 de Setembro estava a trabalhar sozinho no telhado de um edifício de 6 andares. Quando acabei o meu trabalho, verifiquei que me tinham sobrado muitos tijolos, mais ou menos 250 Kgs, e pensei que em vez de os fazer descer à mão, uns a uns, decidi coloca-los num bidão que havia no terreno, que poderia utilizar com a ajuda de uma roldana a qual felizmente estava fixada num dos lados do prédio, no 6º andar,

Desci para o terreno, e atei o bidão com uma corda. Subi para o telhado e puxei o bidão para cima e nele pus os tijolos dentro que couberam todos. Voltei para baixo, desci a corda e segurei-a com força de modo a que os tijolos descessem devagar.

Ai começou o Sinistro. Como eu só peso cerca de 80 Kgs, qual não foi o meu espanto, quando de repente me senti içado no ar, saltei do chão, perdi a minha presença de espírito, e esqueci-me de largar a corda, Acho que comecei a subir a grande velocidade. Lembro-me que na proximidade do terceiro andar embati no bidão que vinha a descer (cruzei-me mesmo com ele) e isto explica a fractura no crânio clavícula partida.

Continuei a subir, mas com menos velocidade, mas só parei quando cheguei ao 6º andar e os meus dedos ficaram entalados na roldana. Felizmente que já tinha recuperado a minha presença de espírito e consegui, apesar das dores, agarrar-me a corda e soltar os dedos da roldana,

Enquanto tudo isto se passava cá acima, o bidão chegou ao chão com um grande estrondo e o fundo partiu-se e ficou sem os tijolos que se partiriam e espalharam pelo terreno. Sem os tijolos o bidão pesava mais ou menos 20 kgs. Como V. Exs. Podem imaginar e como eu estava agarrado ainda a corda cá em cima; comecei então a descer rapidamente e próximo do 3º andar encontrei outra vez o bidão que vinha a subir, e isto explica a fractura nos tornozelos e as luxações nas pernas bem como na parte inferior do corpo. O encontro com o bidão diminuiu a velocidade da minha descida pelo prédio abaixo, o suficiente para minimizar os meus sofrimentos, quando caí em cima dos tijolos que estavam no terreno. Felizmente só fracturei 3 vértebras.
Lamento no entanto informar que enquanto me encontrava caído em cima dos tijolos, sem quase me poder mexer, olho e vejo o bidão lá em cima. Aí perdi novamente a minha presença de espírito e larguei a corda. O bidão disseram-me depois, pesava mais que a corda, e então desceu e caiu em cima das minhas pernas, partindo-as imediatamente. Só me lembro depois de ter acordado no hospital e só 3 dias depois é que consegui ditar a descrição deste acidente. Espero ter dado a informação detalhada para poder ser indemnizado por V. Exas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto é gozo... ;-)

Anónimo disse...

Muito bom!!
Ó pá, eu acredito em tudo!! Quem sabe?!

Como diria a Graeme Souness (na altura sobre o Vale e Azevedo):
- "Este homem, é muito perigoso!"