Delegado da LPFP suspenso por 18 meses

Em causa a falsificação de relatório por parte do delegado João Pedro Simões Dias - que já não exerce funções - na polémica partida entre Benfica e Nacional da Madeira. Pedro Henriques já reagiu à decisão da CD em Bola Branca.
O delegado da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) no Benfica-Nacional da Madeira da temporada passada, João Pedro Simões Dias, foi suspenso por 18 meses por ter falsificado o relatório do encontro, anunciou hoje a Comissão Disciplinar (CD) do organismo.

Na decisão hoje anunciada pela CD da LPFP, é dito que João Pedro Simões Dias "intencionalmente" não referiu a postura de Nuno Gomes, que viria a ser punido pelo árbitro Pedro Henriques com dois jogos de castigo e multa de mil euros . O encontro ficou marcado por um golo anulado ao Benfica nos últimos minutos, por mão de Miguel Vítor, com a partida a terminar empatada (0-0).
"Tal delegado presenciou, após o jogo, no túnel de acesso aos balneários e junto da equipa de arbitragem, comportamentos injuriosos de agentes desportivos e tais comportamentos lhe foram comunicados pela mesma equipa de arbitragem", adianta ainda o acórdão da Comissão Disciplinar.
Ouvido esta noite por Bola Branca, o árbitro da partida em causa, Pedro Henriques, começa por dizer-se satisfeito por haver uma decisão e afirma que a verdade é o mais importantes antes, durante e depois dos jogos.
Depois, recorda que o problema residiu no facto de o delegado não ter apresentado uma exposição coerente com a do árbitro. Algo que Pedro Henriques estranha, sobretudo depois de terem conversado os dois sobre os acontecimentos do jogo da Luz.
Bola Branca contactou esta tarde o delegado em causa, que já não exerce funções, mas este recusou-se a prestar declarações gravadas.
Para José Guilherme Aguiar, antigo director-executivo da Liga de Clubes, esta é uma decisão inédita, de um órgão da LPFP que exerce competências mas, também, incompetências, e em relação a um delegado que, afinal, já não o é.
O lance da polémica, a escassos minutos do final do jogo, deu-se na sequência de uma jogada confusa na grande-área "alvi-negra", com um remate feito por Óscar Cardozo na direcção da baliza de Rafael Bracalli a ser desviado pela mão de Miguel Vítor, quando este se encontrava caído no relvado.
Gerou-se uma enorme contestação à decisão do juiz lisboeta que passou do relvado para o túnel de acesso aos balneários da Luz, após o final do jogo, com alguns jogadores e dirigentes "encarnados" a confrontarem a equipa de arbitragem face ao sucedido.

in RR