sábado, 13 de novembro de 2010

Integração Europeia


Angela Merkel transformou a União Europeia num vestido com verso e reverso para usar conforme as conveniências.


Antes de partir para a reunião do G20 em Seul, Merkel exigiu que a UE fosse vista "como um todo", para assim poder recusar as críticas americanas aos enormes excedentes comerciais alemães. Mas no que respeita aos problemas da dívida e do défice, que estão a empurrar a Irlanda ou Portugal para o caos, já não parece haver razões para se olhar a Europa colectivamente. A tese alemã que prevaleceu desde a crise grega é até oposta: cada um que trate de si, que a subtileza de Merkel tratará de lhes agravar os problemas.

Se não é justo exigir aos alemães que paguem os delírios dos ministros portugueses ou a irresponsabilidade dos bancos irlandeses, também não é justo convocar todos os europeus para se justificar o excedente comercial alemão. De resto, os europeus são mais vítimas desse excedente do que qualquer outro povo do mundo. A estabilidade da moeda única, a proibição de os mais fracos recorrerem à desvalorização competitiva da moeda, tanto justifica o défice comercial português como o saldo positivo alemão de 15.600 milhões de euros em Setembro.

O que é difícil de suportar é este discurso hipócrita de Merkel, que ora diz ao Finantial Times que "não se pode olhar para a UE com um mercado único e uma moeda única numa base país a país", ora sugere aos credores da dívida soberana para terem cuidado, porque serão obrigados a assumir os custos de eventuais bancarrotas.

Se a UE é vista "como um todo" para justificar os desequilíbrios provocados no mercado mundial pelos alemães, também o deve ser na hora de ser solidária com os Estados aflitos. Não se trata de lhes pagar as contas, apenas de suspender o discurso punitivo que as autoridades alemãs têm usado, apoiar com convicção os seus programas de austeridade ou, como fez hoje, pedir calma aos mercados. Não se pede caridade nem complacência; pede-se apenas coerência, quando se invoca a UE "como um todo".

in Público

O que eu falava sobre a Alemanha. Com isto não digo que sou contra a União Europeia. Muito pleno contrário... Portugal estaria bem pior hoje se não tivessemos na UE e recebido os milhões que recebemos. Estaríamos ao nível das Roménias e Bulgárias deste mundo. E tb me parece que neste mundo de blocos o bloco Europeu é a única maneira de sobrevivência. O que digo é que alguns países da UE estão a sofrer com este sistema a meio termo da UE. Isto é temos a mesma moeda mas os défices da Balança comercial dentro da UE prejudicam o crescimento económico e consequente o défice público de uns países em benefício de outros. Isto nos EUA não acontece.... Porque são UM país. Enquanto não existir uma integração europeia a 100% ou enqaunto as regras deste jogo não mudarem este problema continuará a colocar-se.

Bem... só um aparte na loucura do futebol e do Derby minhoto.
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