terça-feira, 30 de outubro de 2007

A Boda

O Último Clandestino conseguiu infiltrar-se na boda da Quinta das Alforrecas e este é o relato do seu enviado-especial. José Serapicos, empregado de mesa n.º 9:
«Uma fina neblina pairava sobre a mesa dos rissóis.
Pôncio, o Piladas, tomava o 43.º comprimido do dia.
Tavarich ajeitava a gravata e pensava em como Carol ficaria bem com ela e de cuecas.
Vítor dava um jeito no cachecol Guess enquanto afagava o joelho da amada.
No alpendre, Ele admirava a cena.
Ela, nervosa, entrava que nem manteiga no corpete branco.
O médico das plásticas torrava a careca e mexia nas madeixas.
Eis senão quando esta beatitude foi agitada pelo ruído de um rotor de helicóptero.
A Cofina fazia o seu voo de reconhecimento.
Ele acenou para ela, ela acenou para ele, lá do alto.
Tocou o sino e a seguir a orquestra.
Os telemóveis ficaram no bengaleiro e ninguém pôde tirar fotografias.
O souflé de gambas estava espantoso.
Mas foi no arroz de patos que todos se lambuzaram.
ATT pensou que o estavam a homenagear e não ousou tocar no pato, perdão, no prato.
Seguiu-se o baile, não sem que antes todos lhE pedissem para declamar Régio.
Assim foi.
As musa sempre antes da tusa.
Sua majestade, Ele, entregou-se nos braços da amada já a noite ia longa.
Esta cena ninguém poderá cortar.
Na mesa dos rissóis, um croquete libidinoso penetrava uma chamuça.
E foi então que um melro cantou na Quintas das Alfaias.
Algures num obscuro gabinete lisboeta, o funcionário da PJ pensou que era uma interferência.»

3 comentários:

Nox disse...

Que andas a tomar Berto?

Anónimo disse...

Foi o arroz de pato....

Anónimo disse...

lol, demais Berto...