quarta-feira, 15 de outubro de 2008

MP afinal quer PC fora deste episódio...

'Apito'. Procurador não pede pronúncia do portista

Ministério Público diz que Alves, Duarte e Araújo devem ir a julgamento

O Ministério Público não pede a condenação do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, no caso da alegada corrupção do árbitro da partida Nacional-Benfica (época 2003/04), deixando à consideração do juiz se o presidente portista deve ou não ir a julgamento. No debate instrutório, ontem realizado no Tribunal de Gondomar, o procurador Gonçalo Silva apenas sugeriu a pronúncia (ida a julgamento) dos outros três arguidos (o presidente do Nacional, Rui Alves, o árbitro do jogo em causa, Augusto Duarte, e o agente de jogadores António Araújo).
Em causa está a alegada corrupção de Duarte para beneficiar o Nacional e prejudicar o Benfica no jogo que acabou 3-2 a favor dos madeirenses. Ora, para o procurador Gonçalo Silva não ficou provada a intervenção de Pinto da Costa no caso. "Os indícios em fase de instrução vieram demover os da fase de inquérito", explicou o representante do Ministério Público (MP), frisando que o "as conversações telefónicas" em que é referido o nome do presidente do FC Porto "não são inequívocas". Assim, o procurador admite a tese da defesa (de que as conversas interceptadas se referiam à venda ao FC Porto do atleta Paulo Assunção, do Nacional) e apenas pediu ao juíz Pedro Miguel Vieira "que se faça justiça".
O mesmo não acontece com os restantes nomes. O MP considera que há "indícios suficientes" para que Rui Alves, António Araújo e Augusto Duarte sejam levados a julgamento (os dois primeiros por corrupção desportiva activa, e o último por corrupção desportiva passiva) e "condenados, em julgamento".
Os advogados de defesa tentaram desmontar a tese da acusação com base em dois pontos. Por um lado, o facto dela se centrar em escutas telefónicas, que, segundo Sérgio Rebelo, advogado do Rui Alves, "não são suficientes para levar alguém a julgamento". E, por outro lado, o facto da Comissão Disciplinar (CD) da Liga ter arquivado o caso.
Ainda assim, o juíz prometeu não condicionar a sua tomada de posição por causa desse aspecto. A decisão instrutória será conhecida na próxima terça-feira, dia 21, pelas 13.30.

In DN

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