A 13 DE MAIO...

V.Guimarães e Leixões

É justo assinalar o regresso de dois históricos ao principal campeonato do futebol português. Ambos dispõem de uma implantação social acima da média

A época de 2007/08 da principal competição do futebol profissional tem desde ontem garantida a presença de dois emblemas promovidos: Leixões e Vitória de Guimarães.

Prova a prova, todos os competidores merecem respeito. Tal não torna, no entanto, ilegítimas manifestações de regozijo, sobretudo quando, como é o caso das colectividades em causa, há um lastro histórico não negligenciável e uma forte implantação social.

Caído no ano passado para as catacumbas, isto é, para um segundo escalão onde as aspirações são mais mitigadas, sobretudo pelas muitíssimo menores hipóteses de gerar receitas, o Vitória de Guimarães reconfirmou, no seu trajecto desta época, tratar-se de uma instituição pujante. Ao longo dos meses, por entre vicissitudes várias, milhares e milhares de adeptos indefectíveis não desarmaram nunca no apoio – e na exigência – à equipa. Uma notável recuperação, iniciada aquando da contratação de Manuel Cajuda e prosseguida pela eleição de corpos gerentes capazes, tornou agora o sonho do regresso à Bwin Liga numa realidade por mérito próprio.

O Leixões pôs ontem cobro a uma difícil e problemática travessia do deserto, cujo êxito fica assinado por um especialista em promoções ao escalão principal, o treinador Vítor Oliveira – e vão cinco! Durante 19 anos, a distância temporal a que está a última presença no primeiro campeonato, não deixou nunca de merecer acompanhamento apaixonado por parte de muitos milhares de adeptos do Leixões.

Os casos de sucesso desportivo do Vitória de Guimarães e do Leixões têm ainda uma outra cambiante decorrente da implantação sociológica significativa de ambos: darão outra dimensão ao próximo campeonato principal, a começar pelo número de espectadores!

in O jogo


Manuel Cajuda

"O que me deixa sensibilizado é a alegria destas pessoas"
Técnico, em plena euforia da subida, deixou palavras de apreço para todos, mas sobretudo para uma "família fantástica": os adeptos

Com os olhos embargados pela emoção, Manuel Cajuda experimentou em Gondomar as emoções da subida ao comando de um "grande clube", sentindo-se "um privilegiado" por fazer parte do núcleo do Vitória. "A missão foi cumprida, mas como eu sou muito frio na análise destes momentos posso dizer que o que me deixa verdadeiramente sensibilizado é a alegria destas pessoas nas bancadas. A grande jóia deste clube são mesmo os sócios. É lindo sentir todo este ambiente empolgante. E eu tinha quase a certeza que iríamos subir aqui", sublinhou.

Considerando que "a teimosia foi a nossa principal aliada" nestes últimos quatro meses, o técnico enalteceu também "o importante papel desempenhado pela nova Direcção, porque se aproximou do plantel e mereceu esta felicidade". Cajuda deixou ainda uma palavra de apreço ao anterior técnico, Norton de Matos, e "a toda a família fantástica" que são os vimaranenses. "Este é um grande clube, trabalhamos com muita humildade, nunca fomos vaidosos e soubemos ouvir as coisas más com respeito. Aceitamos as críticas com elegância e o fundamental é que conseguimos passar todas as coisas negativas para positivas", rematou o técnico, que hoje irá a Fátima agradecer o regresso à Liga.


VOLTÁMOS AO NOSSO LUGAR CARALHO, e bem o merecemos, por tudo o que somos, por tudo o que fizémos, por nunca termos deixado de acreditar...