Livro: ‘El Portugués’ recorda episódios quentes da carreira
FC Porto fez espionagem sexual a Paulo Futre
O FC Porto controlou as movimentações de Paulo Futre, recém-contratado ao Sporting, graças a uma mulher mais velha que se terá oferecido para conquistar o jovem futebolista e relatar eventuais excessos na noite portuense. Essa é uma das muitas revelações do livro autobiográfico ‘El Português’, que será lançado em Lisboa na terça-feira.
Segundo o relato de Paulo Futre, que ‘desmascarou' a sua "professora de sexo" ao aperceber-se que o treinador Artur Jorge sabia coisas que só a ela tinha confidenciado, ela era a mulher de um grande amigo do vice-presidente do Porto, Luís Teles Roxo.
"Durante um jantar entre eles, Teles Roxo mostrou-se preocupado por eu ter baixado de rendimento e revelou que estava a pensar em arranjar uma mulher que pudesse controlar-me diariamente. Ela ofereceu-se, o marido concordou, o Teles Roxo também e delinearam a estratégia", recorda Futre, que garante nunca mais ter passado "uma história destas" e transformou-se "numa pessoa mais apreensiva em relação às mulheres".
Menos invasivo era o controlo exercido pelo treinador-adjunto Octávio Machado, que se limitava a tocar-lhe à campainha a altas horas para dissuadir noitadas. E que, nas deslocações do FC Porto a Lisboa, trocava as refeições com medo de que o pessoal da cozinha dos hotéis "tentasse pôr qualquer coisa na nossa comida para ficarmos ‘fora de jogo". "Os roupeiros e outros elementos da comitiva serviam de cobaias", explica.
Na obra da editora Livros d'Hoje, escrita em parceria com o jornalista Luís Aguilar, o futebolista revela ainda como nesses tempos escapou a uma tentativa de chantagem de uma mulher que dizia estar grávida dele. "Abortar? Estás maluca? Nem sabes a alegria que me dás. Estou louco para ser pai", reagiu - tranquilo devido à convicção de que "na hora da verdade", o seu orgasmo "podia acabar na barriga, na boca ou nas costas dela, mas nunca dentro da vagina" -, assegurando que essa ‘Eva' nunca mais apareceu no seu caminho.
Esse autodomínio não foi suficiente em Saltillo, apesar de o extremo de 20 anos ter feito a promessa de que, "para estar em grande no México", nem sequer se iria masturbar durante o Mundial de 1986. Afinal, poucos dias depois da chegada, encontrou numa festa privada ‘Laura Venezuela', a mulher-polícia que lhe iria vigiar os movimentos ao longo de toda a estadia. No livro ‘El Portugués' conta que alguns dos colegas de Selecção receberam peças de ouro de mulheres ricas e casadas e, temendo suspeitas das respectivas cônjuges no regresso a Portugal, venderam tudo ao desbarato ao colega solteiro. "Ainda ganhei bom dinheiro à conta desse negócio", revela o internacional português.
Muito diferente foi a oferta que recebeu anos mais tarde, já estrela do Atlético de Madrid: uma intermediária prometeu-lhe 20 milhões de pesetas (120 mil euros ao câmbio actual) para fazer sexo com uma "senhora na casa dos 50 anos", que ficara obcecada consigo devido aos posters e fotografias com que o filho forrava as paredes do quarto. "Ficamos grandes amigos desde esse dia", conta Paulo Futre, que tomou conhecimento da sua morte há poucos anos.
FIGO QUERIA SÁ PINTO AO LADO
A transferência de Figo do Barcelona para o Real Madrid contou com a ajuda de Futre, que relata as dúvidas do jogador e o medo de José Veiga, "à beira das lágrimas", pois quebrar o acordo implicaria uma indemnização de 30 milhões de euros. Figo assinou, impondo a con-dição de também contratarem Sá Pinto, o que não chegou a suceder.
NA LISTA DE UM GRANDE HOMEM
Integrar a lista de Dias Ferreira, candidato derrotado à presidência do Sporting, foi natural para quem trata o advogado por "o grande homem". Tudo porque, no dia em que trocou o Sporting pelo FC Porto, Dias Ferreira foi ao Montijo e, encontrando a mãe e a avó do ‘fugitivo' a chorar, ficou a consolá-las durante algumas horas.
AGRESTE PARA SOUSA CINTRA
O livro ‘El Portugués' dedica páginas agrestes a Sousa Cintra. Não só o ex-presidente do Sporting é apresentado como a razão de o futebolista não ter regressado a Alvalade em 1993 como é acusado de o ter denunciado ao Exército - Futre nunca fizera o serviço militar - quando assinou pelo Benfica.
CALÇAS E CUECAS PARA BAIXO
Quando o Atlético de Madrid estava na segunda divisão espanhola, Futre protagonizou um episódio insólito após um jogador ter dito que era "preciso ter co... para recuperar". O português baixou então as calças e as cuecas até aos joelhos. "Estão aqui os meus. Os primeiros. Olhem todos para mim", disse.
IMPRÓPRIO PARA CARDÍACOS
Entre os muitos atritos entre Futre e o presidente do Atlético de Madrid, Jesús Gil y Gil, com frequentes trocas de insultos, destacou-se a ocasião em que o futebolista se recusou a ser substituído por Tomislac Ivic, pelo que o treinador ficou à beira de um ataque cardíaco. "Vou matar-te, filho da p... de português. Podes acreditar que te vou matar", gritou Gil y Gil.
Fonte: CM
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