sábado, 29 de maio de 2010

Partido do Norte dá hoje primeiro passo !


Partido do Norte dá hoje primeiro passo

Ainda é um movimento, mas a ambição é chegar a partido antes do final do ano e eleger deputados nas próximas eleições. Esta manhã, o Partido do Norte tem o seu primeiro acto oficial, com uma reunião de núcleos, da qual sairá a Comissão Política e um manifesto.

O movimento une vários campos políticos e quer instituir-se como plataforma de defesa dos interesses do Norte, tendo a regionalização como uma das bandeiras.

"Atendendo à situação do Norte, que tem regredido nos últimos dez anos, e à incapacidade dos partidos a nível distrital de estabelecer acordos, era imperioso criar uma força pragmática, sem limitações ideológicas, para a defesa dos interesses da região", explicou ao JN Pedro Baptista, militante do PS e um dos principais mentores do projecto, a par de João Anacoreta Correia, do CDS.

Um dos grandes objectivos é a regionalização que, garante o ex-deputado socialista, será "um processo para diminuir a despesa pública do Estado". Para já, o Partido do Norte quer eleger deputados e ter voz no Parlamento, mas Pedro Baptista não exclui a possibilidade de candidaturas "simbólicas" a algumas autarquias.

A Constituição não admite partidos regionais, mas o militante socialista contesta a proibição. "Há-os em toda a Europa e até participam em governos. Ao contrário de 1974/75, hoje, não há qualquer ameaça separatista, pelo que se impõe ou a eliminação da restrição ou uma decisão do Tribunal Constitucional que a interprete como caduca. Até porque a limitação da liberdade de associação é inconstitucional e vai contra a Carta Fundamental dos Direitos Europeus".

Um dos signatários do movimento é o social-democrata, e ex-vereador de Rui Rio, Paulo Morais. "Como movimento de indignação pelo excesso de centralismo, apoio-o a 100%", disse ao JN. Até porque para o professor universitário "a grande maioria dos problemas do país resulta do centralismo vigente em que todos trabalham para alimentar uma corte macrocéfala em Lisboa".

Paulo Morais, que também tem dúvidas quanto à legalidade da restrição constitucional, sustenta que "há uma grande vontade e entusiasmo a Norte com o movimento", porque "é preciso refrescar a realidade política portuguesa" e são necessárias "medidas urgentes que criem alguma justiça".

O social-democrata confirmou ao JN a preença na reunião de hoje, como apoiante, mas afastou, pelo menos nos próximos tempos, a possibilidade de vir a exercer qualquer cargo na estrutura.

in JN.PT

5 comentários:

Nuno disse...

Acho muito bem que exista um Partido do Norte para que a voz de muitos nortenhos seja ouvida.

Depois de estar a viver na Cataluña posso garantir que um partido regional pode ter muita força!!!

PS: fiquei preocupado com a aproximação do Sócrates ao Chavez depois da reunião entre estes 2 neste fim de semana. Que se diz por aí?

TheBlueBeast disse...

a imprensa lisboeta ja começou a tentar descredibilizar um partido do Norte...
imaginem so que ate a constituiçao tuga nao o permite... mas ha formas de contornar isso!

Partido do Norte com força e clareza JÁ!

Amil disse...

Sou 100% a favor desde que não se use, como na imagem, a bandeira de D. Afonso Henriques.
E mais! vejo na imagem o norte dividido em 4 zonas. Além de ridículo já me cheira a tacho. Se assim for, CONTRA!!!

valia a pena perguntar disse...

Não foi assim que o braço armado ETA começou?!

TheBlueBeast, contra a demagogia das "armas" e do "perigo" disse...

Movimento Pró-Partido do Norte quer concorrer às legislativas
17h43m
A comissão coordenadora do movimento Pró-Partido do Norte anunciou hoje, segunda-feira, no Porto, que quer concorrer já nas próximas legislativas, visando a criação de um grupo parlamentar e a eleição de deputados.
O movimento Pró-Partido do Norte está a ser formado com o objectivo de formar um partido político do Norte através do qual a região tenha uma voz e uma representação a nível nacional.
No passado sábado, este movimento elegeu a comissão coordenadora, com o socialista Pedro Baptista como um dos nomes que está na base da ideia.
"Temos como objectivo concorrer às próximas legislativas, o problema é que não se sabe quando é que isso pode acontecer devido à situação actual", adiantou Pedro Baptista, hoje, segunda-feira, numa conferência de imprensa realizada num hotel histórico do Porto.
Outras das metas traçadas pelo movimento é, para o responsável, que o partido constituído "dispute o poder central, faça eleger deputados e crie um grupo parlamentar", garantindo assim um "compromisso directo regional com o Norte e com o eleitorado".
Segundo salientou o "objectivo é ser uma solução governativa e poder inflectir a situação da política governamental, no sentido do Norte ser ressarcido desta situação de regressão dos últimos 20 anos".
Pedro Baptista salientou que o Norte é a única região de Portugal que regrediu em todos os indicadores económicos e sociais.
"A situação de queda económica do Norte corresponde exactamente à queda do país. Nós defendemos, e temos ideias e propostas para isso mesmo, uma redução drástica da despesa político-administrativa central. Queremos um Governo mais pequeno, com menos ministérios", disse.
O responsável frisou que o movimento defende a "Regionalização o mais breve possível" e salientou o facto da "comissão coordenadora eleita, composta por cerca de 25 elementos, ser constituída por pessoas, muito jovens, oriundas dos vários quadrantes ideológicos.
Relativamente à questão legal que se levantou relativamente à denominação do partido - o quarto parágrafo do artigo 51 da Constituição "proíbe a composição de partidos com denominação e âmbito regional" - Pedro Baptista garantiu que decidiram lidar "com frontalidade" com este contratempo.
"Nos últimos 15 dias já conseguimos colocar na agenda da revisão constitucional a revogação desse artigo. Se não conseguirmos resolver este impasse legal teremos um plano B que passará por mudar o nome do partido para algo como Partido Regionalista", afirmou.